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Contra início de fiscalização, motoboys param a Paulista
Trânsito foi interrompido no início da tarde; à noite, foi a vez da marginal Pinheiros
Resolução exige, a partir de hoje, itens de segurança e curso de capacitação; novos protestos estão previstos
Manifestações de motoboys travaram o trânsito em São Paulo, ontem. No início da tarde, uma carreata parou o trânsito na avenida Paulista. Por volta das 19h, com chuva e pontos de alagamento na cidade, um novo protesto causou 15 km de lentidão na marginal Pinheiros. O trânsito chegou a ser interrompido.
Os motoboys -que planejam novas manifestações para segunda-feira- protestavam contra o início, hoje, da fiscalização de novas regras do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que regulariza a profissão e impõe itens de segurança obrigatórios.
A carreata foi organizada pelo Sindimoto-SP (sindicato da categoria) e saiu do Brooklin Novo, zona sul, com destino ao gabinete da Presidência da República, na Paulista, onde um documento pedindo o adiamento do início da fiscalização foi entregue.
Durante o protesto, eles chegaram a fechar faixas da Paulista em ambos os sentidos por mais de uma hora.
Por volta das 14h, a via no sentido Consolação estava completamente parada, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
No início da noite de ontem, um novo protesto bloqueou completamente o sentido Castello Branco da marginal Pinheiros. Às 19h45, a via tinha 15,3 km de filas nas pistas expressa e local entre as pontes Transamérica e do Jaguaré.
EXIGÊNCIAS
A fiscalização será feita pela Polícia Militar. Entre os itens que devem ser vistoriados estão a obrigatoriedade de um curso de capacitação, documentação apropriada e aquisição de equipamentos de segurança. A categoria alega não poder arcar com os custos.
Em nota, o Contran afirmou que não vai prorrogar o início da fiscalização.
Segundo o sindicato, a maioria das cidades paulistas não tem leis municipais e, por isso, o Detran não autoriza o licenciamento do veículo na categoria exigida (aluguel, com placa vermelha). São Paulo é um dos poucos municípios que tem legislação própria.
Outro problema citado é a baixa oferta do curso exigido. O sindicato estima em 220 mil profissionais só na capital.
Motoboy há 12 anos, Bernabeto Souza Dias, 42, diz que há um ano tenta regularizar sua situação. Quando concluir o processo -documentação e equipamentos-, diz, vai ter gasto cerca de R$ 600.
Segundo o presidente da Sindimoto-SP, Gilberto dos Santos, 33, caso o governo não suspenda o início da fiscalização, protestos independentes devem ocorrer nos próximos dias. Ele diz que o sindicato, ligado à UGT (União Geral dos Trabalhadores), pretende criar um instituto para oferecer os cursos exigidos pela lei.