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Cotidiano

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Corregedoria da Câmara vai investigar Aurélio Miguel

Judoca, acusado de corrupção, pode ser alvo de processo de cassação de mandato

Desde 2003, quando foi criado, nenhuma investigação do órgão resultou na punição de um parlamentar

GIBA BERGAMIM JR. ROGÉRIO PAGNAN EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO

A Corregedoria da Câmara de São Paulo decidiu investigar o vereador Aurélio Miguel (PR), acusado de corrupção e improbidade administrativa pelo Ministério Público.

A apuração pode levar a processo de cassação do mandato de Miguel, campeão olímpico de judô em 1988.

Em junho, a Folha revelou que uma ex-executiva de empresa que administra shoppings acusava Miguel e Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de prédios da prefeitura, de terem recebido propina da companhia.

No caso de Miguel, a propina seria para que ele não incluísse os shoppings da empresa nas investigações da CPI do IPTU, que presidia.

Na semana passada, reportagem da Folha revelou a explosão patrimonial de Miguel desde que ele assumiu o cargo de vereador -passou de R$ 1,4 milhão em 2004 (valores atualizados) para R$ 25 milhões apenas em imóveis.

O pedido de abertura de investigação na Câmara foi feito ontem pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL). O corregedor-geral, Rubens Calvo (PMDB), poderia rejeitar a solicitação, mas ele determinou a abertura da investigação.

Até hoje, nenhuma apuração realizada pela Corregedoria, que foi criada em 2003, resultou em punição. Wadih Mutran (PP), corregedor até 2010, chegou a declarar que o órgão nem deveria existir.

Desta vez, o processo pode ter um caminho diferente. Miguel está isolado na Câmara -conta com o apoio de poucos colegas- e a investigação tem o aval do prefeito Fernando Haddad (PT), que possui maioria absoluta na Casa.

A prefeitura já ofereceu a Calvo toda sua estrutura para ajudar na investigação.

"Nossa opinião é que tem de ser investigado. Vai caber a nós juntar documentos fornecidos pelo Ministério Público, documentos que nós mesmos podemos recolher e as contraprovas oferecidas pelo vereador", disse Calvo.

IMAGEM

Para Vespoli, a investigação é necessária para proteger a imagem da Câmara. "O objetivo é dar certa moral para a Casa. Não dá para a Câmara esperar a Justiça e fingir que nada está ocorrendo."

A votação final de um eventual pedido de cassação pode ocorrer, na melhor das hipóteses, em 120 dias. Serão necessárias duas votações em plenário e os votos de 37 dos 55 vereadores da Casa.

David Teixeira Azevedo, advogado de Miguel, disse que o vereador está tranquilo e vai provar sua inocência "em quaisquer ambientes em que for investigado".


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