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Centro para dependente tem pacientes esperando no chão

Sem vagas, psiquiatra do Cratod manda viciado em crack procurar hospital

Plantão judicial do Estado que funciona no centro completa um mês hoje; local opera com o triplo da capacidade

FABIANA CAMBRICOLI DO “AGORA”

Um mês após o Estado iniciar no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), no centro, um serviço que analisa casos de internações compulsórias de dependentes químicos, a unidade está superlotada.

Com a corrida de familiares em busca de ajuda e internação para os dependentes, os pacientes aguardam em cadeiras ou até mesmo no chão.

A superlotação foi documentada por psiquiatra do Cratod em encaminhamento dado a um paciente de 17 anos.

Em carta, ela indica a necessidade de internação e pede que um pronto-socorro receba o jovem, justificando que o Cratod não pode atendê-lo pois está sem vagas, com pacientes no chão (leia ao lado).

"Passei por várias triagens e me disseram que o caso dele era de internação, mas que, se ele quisesse esperar vaga, teria que ser na cadeira ou no chão", diz Marisa Freitas, 44, mãe do rapaz.

Ontem, ao menos quatro dependentes químicos estavam deitados no piso frio, com um cobertor debaixo da cabeça como único apoio.

"Tem caso que está demorando cinco dias, tem caso que está demorando dez, é uma espera longa", afirma Alfredo Toscano, diretor do Cratod.

Segundo ele, o setor de observação, onde os pacientes aguardam até serem transferidos para uma clínica, trabalhava ontem com o triplo da capacidade.

"De 16 leitos, temos 45 esperando vaga. Extrapolamos o número de leitos de observação enquanto eles aguardam internação e o número de vagas que nos são oferecidas são insuficientes", diz Toscano.

O diretor também afirma que seriam necessárias ao menos 20 novas vagas de internação por dia, mas a média diária de lugares liberados na unidade é de seis.

GÊMEOS

Para os que ficam no Cratod, a espera pode ser longa. Dois irmãos gêmeos, de 14 anos, estão há 20 dias na unidade aguardando por uma vaga em alguma clínica.

Viciados em maconha e cocaína desde os dez, eles dividem um único leito no Cratod enquanto as vagas não saem.

O autônomo Ismair Silva de Queiroz, 45, pai dos gêmeos, dorme ao lado deles, num colchonete no chão.

"Eu quero sair dessa vida, mas já estou cansado de ficar trancado aqui. Daqui a pouco, vou embora", dizia um dos gêmeos ontem à tarde.

Segundo Toscano, vagas para menores são as que mais demoram. "Falei com o governador [sobre] todos os problemas quando ele veio aqui ontem [anteontem]. Sobre os adolescentes, ele disse que iria tomar providências."


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