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Cotidiano

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Haddad sobe o tom e ataca governo do aliado Kassab

Ataques dos últimos dias sinalizam fim do clima amistoso com antecessor

Contrato para inspeção veicular é caça-níquel, diz prefeito; empresa se defende e diz que presta serviço de excelência

EVANDRO SPINELLI FÁBIO TAKAHASHI GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Após um início de gestão em clima de paz com o antecessor, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), decidiu nos últimos dias intensificar as críticas ao governo de Gilberto Kassab (PSD).

Nesta semana, o próprio prefeito e seus secretários atacaram ao menos sete programas, áreas ou ações da administração do ex-prefeito.

Até então, as críticas à gestão anterior estavam restritas ao plano de revitalização da Nova Luz (centro) e ao contrato para inspeção veicular.

Agora, os ataques se estendem, por exemplo, ao controle da situação das árvores (afirma que a fiscalização é precária); às condições dos semáforos (diz que os aparelhos estão "sucateados" e que não há peças de reposição); e à gestão dos suprimentos para a área da educação (não foram pedidos materiais didáticos para uma série).

Ontem, Haddad subiu o tom ao tratar da inspeção veicular. O prefeito estuda romper o contrato do município com a Controlar, alegando que o serviço não deve ser monopólio da empresa.

"[O processo] Foi um equívoco de ponta a ponta, a começar por essa empresa, uma empresa ficha-suja. São pessoas sem o menor interesse público, pessoas que tentam obstinadamente manter esse contrato, esse caça-níquel", disse, em entrevista à CBN.

O diretor-presidente da Controlar, Harald Zwetkoff, afirmou que a empresa presta um serviço de excelência ao consumidor e que não precisa se defender dos ataques feitos pelo prefeito.

PARALISIA

Ainda ontem, questionado sobre por que o mato está alto pela cidade, Haddad disse que, "depois do resultado eleitoral, muitos contratos foram paralisados, infelizmente".

Segundo auxiliares diretos de Haddad, o tom agressivo não significa um rompimento político com o ex-prefeito, e sim reflete a irritação do prefeito com problemas herdados do antecessor.

Apesar de ter apoiado o opositor José Serra (PSDB) na eleição municipal, Kassab negocia um acordo com a presidente Dilma -o que, no plano municipal, rendeu o apoio da bancada do PSD na Câmara paulistana ao petista.

A interlocutores Kassab diz que considera normal as críticas feitas pelo sucessor. É uma forma, avalia, de o petista "marcar posição" e dizer que a cidade está avançando.

Além disso, o ex-prefeito afirma que os ataques à sua gestão não influenciarão a aliança nacional com o PT.

Kassab, porém, tem dito que alguns dos problemas já não são frutos de suas ações.

Vereadores aliados a Kassab ouvidos pela Folha dizem que há mal-estar com as críticas feitas pelo petista. Mas a insatisfação não será levada a público, por conta do acordo de Kassab com Dilma.


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