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Justiça dos Estados Unidos dá a avó o direito de visitar Sean
Decisão julgou procedente o pedido de visitação, mas não estabelece data
Corte considerou inválidas exigências feitas pelo pai; menino foi levado para os EUA em dezembro de 2009
Avó materna Sean Goldman, 12, a empresária Silvana Bianchi obteve na Justiça americana o direito de rever seu neto. Após intensa briga judicial, o menino foi levado para os EUA pela pai, na véspera do Natal de 2009. Silvana nunca mais o viu.
Em decisão proferida há três semanas, a Suprema Corte de Nova Jersey julgou procedente o pedido de visitação feito por Silvana.
Foi a segunda decisão favorável obtida pela avó do menino na Justiça dos Estados Unidos. Em julho do ano passado, a divisão de apelações da Corte Superior de Nova Jersey tinha decidido que ela poderia continuar sua disputa pelo direito de rever o neto.
Na época, os juízes sugeriram que a avó e o pai do menino, o norte-americano David Goldman, tentassem um acordo para a visitação. Caso não conseguissem, haveria nova audiência. O acordo não aconteceu.
EXIGÊNCIAS
Na nova decisão, a corte norte-americana também considerou que as exigências feitas por Goldman para permitir a visita não deveriam ser levadas em consideração.
Em carta encaminhada aos advogados da família brasileira em 2010, o pai de Sean estabelecia como condições para permitir a visita o pagamento dos gastos que tivera com o processo, no valor aproximado de US$ 200 mil, e a desistência, por parte da família brasileira, de todas as ações que tramitam aqui.
"O que os juízes disseram é que não é possível ser do jeito que ele [Goldman] queria, mas não determinaram como deve ser, nem a data da visita. Então, ainda não estou com as malas prontas", disse Silvana à Folha.
Procurado, Ricardo Zamariola, um dos advogados de Goldman, não quis se pronunciar sobre a decisão.
DISPUTA
A disputa pela guarda de Sean começou em agosto de 2008, quando sua mãe, Bruna, morreu durante o parto de sua segunda filha, Chiara.
Bruna e Goldman tinham se divorciado e ela voltara para o Brasil com o menino, sem autorização do pai.
A partir daí, os avós maternos e o americano iniciaram uma disputa pela guarda de Sean, que envolveu até mesmo os governos brasileiro e americano.
Por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), Sean, atualmente com 12 anos, foi levado de volta para os Estados Unidos em dezembro de 2009.
"Ela só quer o direito de visitar o neto, não há nenhum pedido em relação à guarda. Agora, vamos esperar pela execução da sentença", explicou Carlos Nicodemos, advogado de Silvana Bianchi.