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Paulistano 'esquia' em asfalto no calor de 36°C

Parque Ibirapuera e área de corrida na USP são 'adaptados' para a pista

Atleta desliza cerca de 26 km diariamente; preço do equipamento, composto de 'rollerski' e bastão, é de R$ 1.600

OLÍVIA FLORÊNCIA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Esquiar numa temperatura de 34°C só é impossível para os com pouca imaginação e sem recursos. O oficial do Exército Fabrizio Bourguignon, 36, esquia todos os dias em pleno verão paulistano.

Por cerca de duas horas, ele anda até 29 km com seu "rollerski", uma adaptação para asfalto da versão para neve. Seus locais de treino são a USP e o Ibirapuera.

E as pessoas estranham? "Acham estranho. Na USP tem mais atleta e passo mais despercebido, mas no Ibirapuera sempre tem provocação", diz ele.

O equipamento para esquiar no asfalto custa em torno de R$ 1.600, com o "rollerski" e os bastões -os mesmos usados na neve. Para competir, o esqui e a bota custam mais R$ 2.200.

Bourguignon tem o apoio financeiro da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) em algumas competições. Tudo para viver sua versão do filme "Jamaica Abaixo de Zero" (1993), que mostra quatro garotos que montam a primeira equipe de trenó na neve do país, que tem mínima de 20°C. Isso na época mais fria.

Ele diz que o frio nas competições incomoda mais que a estranheza de treinar no calor. "É melhor treinar assim do que no frio. Participei de uma prova em dezembro na Suécia e estava 19°C negativos. A gente sente bastante."

EMPURRÃO

O capitão do exército viu neve pela primeira vez em 2007, na Estônia, já esquiando. No mesmo ano, um colega do exército, o major Kelmerson Buck, que treinava triathlon com ele viajou e voltou com o esqui na cabeça.

"O Buck procurou se tinha alguém que tratava do esporte aqui e achou a CBDN. Ele e o Leandro Ribella [atual representante do Brasil em esqui na modalidade "cross country"] foram para o Chile e para a Argentina pesquisar mais sobre o esporte e trouxeram o equipamento."

Bourguignon começou a treinar e, em março de 2007, foi para o mundial militar na Estônia. Hoje, compete em duas modalidades, "cross country", que é uma prova longa de resistência e biathlon, que envolve tiro e esqui.

Neste ano, Bourguignon vai competir no mundial militar de inverno nas duas categorias. Os jogos acontecem no fim de março, na França.

No ano que vem, os olhos estarão voltados para a olimpíada de inverno, mas ele diz que suas chances são baixas.

"O Brasil tem uma posição ruim no ranking", diz ele.


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