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Horta urbana conquista espaço entre paulistanos
Área de plantio vira fonte de renda familiar
Hortas urbanas têm atraído os mais diferentes perfis de paulistanos, de catadores de lixo na zona leste a engravatados da avenida Paulista.
Na praça dos ciclistas, na Paulista com a rua da Consolação, um grupo se organiza pelas redes sociais para garantir que mudas de berinjela e milho não deixem de prosperar. "As hortas nos ajudam a revitalizar os espaços ociosos da cidade", diz o biólogo Paulo Fonseca, um dos responsáveis pela plantação.
Além da horta na praça dos ciclistas, ele cuida de uma na praça das Corujas, na Vila Beatriz, e outra na rua Francisco Bayardo, na Pompeia, ambas na zona oeste.
No extremo leste, região em que está o pior índice de área verde por habitante, a ONG Cidades Sem Fome ajuda mais de 115 famílias a gerir 21 hortas comunitárias.
"As plantações trazem benefícios, como a substituição de terrenos baldios por áreas verdes e produtivas e a melhoria da paisagem dos bairros", afirma Hans Dieter Temp, fundador da ONG.
A maioria dos produtores veio da reciclagem, diz Temp. "São senhoras que recolhiam papelão na rua e que hoje têm uma renda mensal."
Na represa de Guarapiranga, na zona sul, um local que sofre com pouca oferta de trabalho e contaminação do solo, a solução encontrada pelos moradores foi plantar bananeiras e hortaliças.
Além da renda, os envolvidos economizam com transporte e, é claro, alimentação. "Com a produção mais perto do consumidor, o produto fica mais barato e diminuímos o uso de meios de transporte nocivos ao meio ambiente", diz o biólogo João Godoy.