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Bruno vai a júri hoje com crime em apuração

Polícia de Minas admitiu na semana passada que ainda investiga ao menos 2 suspeitos de participar da morte de Eliza

Para advogados, situação pode até anular todo o processo; inquérito ocorre em sigilo, diz polícia

DE SÃO PAULO DE BELO HORIZONTE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Justiça de Minas Gerais inicia hoje o julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza, pela morte de Eliza Samudio, com a investigação do crime ainda incompleta. Também será julgada sua ex-mulher, Dayanne Souza.

A polícia mineira admitiu na semana passada que há uma apuração em curso para averiguar a participação de ao menos outras duas pessoas no assassinato de Eliza, em 2010.

A suspeita é a de que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de matar Eliza e esconder o corpo, não tenha agido sozinho. Assim, o resultado da investigação pode trazer novas informações sobre executores do crime e até mandante. Bola, que está preso, nega o homicídio.

Para advogados, é "temerário" dar continuidade a um julgamento quando há uma investigação em andamento. Há risco, dizem eles, até de anulação de todo o processo.

"Acho temerário levar alguém para julgamento sabendo que a investigação ainda está em curso. Pode-se pedir o sobrestamento [paralisação] enquanto todo os elementos não vierem ao processo", afirma o criminalista Augusto de Arruda Botelho.

Esse pedido precisa ser feito pela defesa à Justiça de Contagem, na Grande Belo Horizonte, onde haverá o júri.

CIRCUNSTÂNCIAS

Para o também criminalista Roberto Soares Garcia, o Código de Processo Penal exige que a denúncia da Promotoria contenha "todas as circunstâncias do fato".

"Se para a denúncia ser válida se exige que todas as circunstâncias do fato estejam nela, como se pode admitir uma circunstância relevante ainda em investigação?", diz.

"Toda investigação você sabe como começa, mas não sabe como termina. Pode ocorrer informações importantes que mudem os rumos dos acontecimentos", explica o criminalista Luiz Flávio Gomes.

Segundo os advogados, caso Bruno seja absolvido no julgamento e, depois, a investigação trouxer mais elementos de sua participação, o Ministério Público poderá recorrer, mas desde que não tenha se esgotado as possibilidade de recurso. Aí, nada poderá mudar a decisão dos jurados.

ZEZÉ

Uma das pessoas ainda investigadas é o ex-policial José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, que, conforme a Folha revelou em novembro, trocou 37 telefonemas e mensagens com os principais personagens na época do crime.

Ele falou com o já condenado Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Dayanne e Bola. Na noite de 10 de junho, mais ou menos entre as 22h e as 23h, horário que em que a jovem pode ter sido morta, Zezé trocou três telefonemas com Bola.

A suposta participação de Zezé foi apontada no julgamento de Macarrão, em novembro passado, pelo preso Jaílson de Oliveira. Ele disse que Zezé ajudou Bola.

O julgamento de Bola está previsto para 22 de abril. Para os advogados, as incertezas levantadas pela nova investigação favorecem sua defesa, pois trazem dúvidas sobre a execução do crime.


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