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Contaminados de Paulínia ainda aguardam indenização da Shell

Ex-moradores da área da empresa vivem em hotel há dez anos

MARÍLIA ROCHA DE CAMPINAS

Ex-moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia (a 126 km de São Paulo), esperam receber indenizações da Shell, após a empresa fechar anteontem acordo trabalhista com ex-funcionários da fábrica de inseticidas e agrotóxicos da cidade.

A maioria das pessoas já recebeu dinheiro para comprar outra casa, mas, segundo advogados, ninguém conseguiu obter as indenizações que exigem na Justiça civil.

Duas famílias não aceitaram o valor oferecido pelas chácaras e vivem até hoje em hotéis, longe da produção rural e dos animais que tinham -dois deles, encaminhados para pet shops, morreram.

Cerca de 290 pessoas moraram em alguma das 66 propriedades ao redor da unidade Paulínia no período em que ela produzia, de 1977 a 2002. Hoje, a área está cercada, com circulação restrita e ninguém mais mora lá.

Exames indicam que esses moradores foram contaminados por elementos organoclorados e metais pesados. A Shell defende que não há evidências de que danos à saúde tenham sido resultado da exposição às substâncias.

"No início, a prefeitura ajudou com exames. Hoje, estamos por conta própria", disse Antônia Pelegrini, 52.

Ela não atribui a morte do marido, que teve câncer e morreu em 2005, à contaminação, mas teme pelas filhas. "Já não pude criar minhas filhas como gostaria, pois estamos há dez anos morando em um hotel".

Para a também ex-moradora Lúcia do Nascimento, 51, que hoje tem uma nova casa, a ajuda para atendimento médico seria um alívio. "Ainda morávamos lá quando meus filhos começaram a ter sangramento no nariz e alergia; eu achava que era sarna."

Segundo ela, até hoje há muito incômodo, como dores de cabeça. "Com o caso dos trabalhadores, ficamos com esperança. Não é possível a Shell deixar ex-moradores na mão. A Shell disse que "buscou todas as formas de entendimento" com as famílias que estão em hotel.


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