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Bruno é condenado após quase 3 anos do sumiço de ex-amante
Condenação ocorreu na madrugada de hoje em Contagem, mas sentença ainda não havia sido lido por juíza
Goleiro disse ao júri que 'sabia e imaginava' que Eliza Samudio seria morta; defesa afirma que irá recorrer
Quase três anos depois do desaparecimento de Eliza Samudio, um mistério sem corpo com guerras de versões e várias reviravoltas, o goleiro Bruno Fernandes de Souza, 28, foi condenado na madrugada de hoje pelo homicídio da ex-amante, em 2010.
O período que ele deve ficar preso ainda não havia sido lido pela juíza Marixa Rodrigues até a 1h40 de hoje. Seus advogados afirmaram que irão recorrer.
A ex-mulher dele, Dayanne de Souza, 25, foi absolvida em um placar apertado. A Promotoria havia pedido a absolvição.
O ex-jogador do Flamengo está preso desde julho de 2010 -o período será descontado da pena. Passou todo o tempo negando saber que ela estava morta- a defesa dele chegou a dizer que ela estava viva e havia fugido do país-, mas nesta semana admitiu o homicídio, embora tenha negado ser o mandante.
CONFISSÃO PARCIAL
Ontem, disse que "sabia e imaginava" que Eliza seria morta. Mas culpava pela morte o ex-braço-direito Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que foi condenado em novembro do ano passado a 15 anos de prisão.
Pela confissão parcial, a condenação do goleiro era esperada. Os advogados tentaram convencer os jurados de uma menor participação para obter uma pena menor. Não convenceram.
Além de Bruno, Macarrão e Dayanne, outras cinco pessoas viraram rés no caso. Um primo de Bruno morreu.
Dayanne fora denunciada pelo crime de sequestro e cárcere privado de Bruninho, o filho de Eliza com o goleiro -atualmente com três anos, ele vive com a avó materna em Campo Grande (MS).
Contudo, o promotor Henry Wagner Vasconcelos pediu ontem a absolvição de Dayanne sob a alegação de que ela era "coagida" por um ex-policial que somente agora está sendo investigado, suspeito de participar da trama.
O crime ocorreu em 10 de junho de 2010, em Vespasiano (MG), segundo argumentou a Promotoria, porque Bruno se recusava a pagar pensão ao filho dele com Eliza.
O acusado de executar o homicídio, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, ainda será julgado em abril.
DEFESA
O advogado Lúcio Adolfo, defensor do goleiro, argumentou durante o julgamento que o processo estava cheio de irregularidades.
Uma delas seria existir uma investigação ainda em andamento.
"Como vocês podem condená-lo se a investigação ainda não terminou?", questionou aos sete jurados.
O goleiro pediu para não ser filmado nem fotografado no momento que a juíza proferisse a sentença.