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Com áreas pública e privada, minibairro vira moda em SP

Empreendimentos serão discutidos no Plano Diretor e na lei de zoneamento

Presidente do sindicato da habitação diz que os projetos são única saída para cidade; órgão da prefeitura é contrário

GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

O corretor do empreendimento conduz o potencial comprador do imóvel de 159 m² por um corredor onde alto-falantes emitem o som de passarinhos, na Barra Funda, zona oeste da cidade.

"Bem-vindo ao mais novo minibairro da cidade" é a mensagem da estratégia de marketing dos vendedores.

Segundo incorporadoras ouvidas pela Folha, empreendimentos assim são a nova tendência urbanística e aposta das grandes construtoras para os próximos anos.

O tema vai entrar nas discussões da revisão do novo Plano Diretor e da lei de zoneamento da cidade, que devem ser votados na Câmara Municipal até o fim deste ano.

Deve, no entanto, encontrar resistência no DPH (Departamento de Patrimônio Histórico). Em entrevista à Folha no mês passado, a diretora do órgão, Nádia Somekh, afirmou ser contra a proliferação de empreendimentos do tipo na cidade.

Os mais badalados do novo modelo são o Jardim das Perdizes -da descrição acima-, com 250 mil m², e o Parque da Cidade, no Brooklin, na zona sul, com 80 mil m².

Esses minibairros são formados por grandes áreas arrematadas pelas construtoras. Seus projetos prometem unir numa mesma região torres residenciais, comerciais, empresariais e hotéis no entorno de uma área verde pública, sem ter grades ou muros.

Apenas os condomínios dentro deles são fechados, como outro prédio qualquer, mas com ruas de uso público.

Nos casos do Jardim das Perdizes e do Parque da Cidade, eles pertencem respectivamente às construtoras Tecnisa, que comprou a área da Telefônica por R$ 133 milhões em 2007, e Odebrecht.

O primeiro deve atrair 12 mil pessoas para a região. O Parque da Cidade, 65 mil.

EXPANSÃO

As construtoras buscam novas áreas para esse tipo de empreendimento, que, para vingar, deve se enquadrar no conjunto de regras das operações urbanas da prefeitura.

O Jardim das Perdizes e o Parque da Cidade estão de acordo com as operações Água Branca, na zona oeste, e a Água Espraiada, sul.

A favor dos dois lançamentos está a proximidade com linhas de transporte público.

Por outro lado, as regiões sofrem com o trânsito pesado -um está próximo às congestionadas Marquês de São Vicente e Francisco Matarazzo, o outro perto da Marginal Pinheiros.

Se o da zona oeste tem oferta maior de ônibus, trem e metrô, o mesmo não se pode falar do Parque da Cidade. A linha Esmeralda da CPTM, que passa ali, está saturada.

No caso do Jardim das Perdizes, outro entrave são as enchentes dos bairros vizinhos Lapa, Pompeia e Perdizes. A Tecnisa diz ter feito um plano de drenagem, com tubulação especial contra alagamentos.

O presidente do Secovi (sindicato da habitação) diz que os minibairros são a única saída da cidade para conter o drama da mobilidade urbana.

A lógica é incentivar a moradia perto do trabalho. Para isso, os minibairros misturam apartamentos e salas comerciais na mesma área.

"Se não for dessa maneira, a cidade precisa ganhar com urgência mais 500 km de linhas de metrô, o que não acontecerá", disse.

Grandes áreas nas regiões da Mooca (zona leste), Pirituba (norte) e Santo Amaro (sul) estão na mira do mercado.

Moradores dos Jardins, o casal de aposentados Eliana Del Negro, 60, e José Ximenes, 76, foi ao estande saber mais do "novo bairro". "Meus parentes do interior estão interessados", disse Eliana.


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