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Chuva deixa dois mortos e abre cratera em avenida
Estudante e eletricista foram levados pela enxurrada na rua Vergueiro
Previsão do tempo aponta que calor e temporais no final da tarde devem continuar durante a semana
A chuva que atingiu a capital paulista anteontem deixou dois mortos e novamente causou transtornos em diversas regiões da cidade. Semáforos quebrados e buracos ainda devem continuar atrapalhando o trânsito hoje.
A estudante Bruna Santos, 14, foi levada pela enxurrada na rua Vergueiro e ficou presa embaixo de um carro por volta das 20h. O eletricista Marcelo Furlan, 36, ouviu seus gritos e tentou ajudá-la, mas também acabou arrastado.
O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, registrou 43 alagamentos, dos quais 27 intransitáveis. Três rios transbordaram: Tamanduateí, Perus e Ribeirão Vermelho.
Por volta das 20h30 de ontem, ainda havia 158 semáforos quebrados -17 deles desde a chuva de sexta-feira.
O temporal também derrubou árvores e causou estragos. No Ipiranga (zona sul), a cobertura e o muro de um estacionamento desabaram e atingiram 26 carros.
Diversos locais ficaram sem energia, como na Vila Leopoldina e Moema. Na região do Real Parque, no Morumbi, o reparo só foi concluído na madrugada de ontem.
Na av. República do Líbano, no Ibirapuera, uma galeria pluvial rompeu e abriu duas crateras. O sentido centro foi interditado entre as ruas do Gama e Jauaperi para obras emergenciais, ainda sem previsão de conclusão.
Foram montados desvios por ruas paralelas, e uma faixa do sentido contrário será reservada a partir de hoje para a circulação dos ônibus.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai colocar 20 faixas para alertar o motorista, e recomenda que sejam usadas rotas alternativas pelas avenidas Rubem Berta ou Jabaquara.
Segundo a Defesa Civil, nos últimos três dias foram registrados 101,6 mm de chuva, dos quais 72 mm no sábado -cada mm equivale a um litro de água por metro quadrado. Por causa do solo encharcado, o potencial para deslizamentos continua elevado.
PREVISÃO
O paulistano deve continuar sofrendo com os temporais, segundo os meteorologistas.
"É uma situação de calor e chuva, típica do verão. Os acumulados de chuva não têm sido tão grandes, os problemas são da infraestrutura da cidade mesmo", afirma Helena Balbino, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
A partir de quarta, uma mudança nos ventos deve provocar leve declínio na temperatura -mas não nas chuvas.