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Ciclista diz que estava na contramão de ciclofaixa
Fato pode configurar infração de trânsito, mas não deve mudar investigação
Vítima poderá usar parte da perna para realizar enxerto no braço decepado após o atropelamento
O ciclista David Santos Sousa, 21, que teve o braço decepado ao ser atropelado na manhã de domingo na avenida Paulista, disse à polícia que estava pedalando na contramão quando foi atingido pelo carro dirigido pelo universitário Alex Siwek, 21.
O atropelador fugiu sem prestar socorro e se entregou à polícia horas depois. Ele confessou ter jogado no córrego do Ipiranga o braço da vítima, que foi lançado dentro do carro após o impacto.
O ciclista prestou depoimento no quarto onde está internado, em quadro estável, no Hospital das Clínicas.
O acidente arrancou seu braço direito entre o cotovelo e o antebraço. Ele já passou por uma cirurgia e deve ser submetido a novo procedimento nos próximos dias.
"Ele vai tirar um pedaço da perna para poder enxertar no braço", disse a delegada Priscila Rodrigues, do 5º DP.
Sousa contou que saiu de casa, próximo a Diadema, por volta das 4h30, e uma hora depois já estava na Paulista. Ele pedalava no sentido Consolação, mas, ao notar que os cones que demarcam a ciclofaixa já haviam sido colocados do outro lado, decidiu atravessar o canteiro.
"Ele disse que se sentiu mais seguro, pois do outro lado ainda não havia os cones", afirmou a delegada.
A ciclofaixa, espaço exclusivo para bicicletas, funciona só às 7h, mas os cones são colocados horas antes.
Transitar na contramão, mesmo de bicicleta, pode configurar infração de trânsito. Mas, para a polícia, isso não deve mudar o rumo das investigações.
Em seu depoimento, o ciclista disse se lembrar apenas de um carro vindo em sua direção em alta velocidade, que derrubou três cones e em seguida o atingiu.
O ciclista disse que tentou se atirar no canteiro central, mas não conseguiu. Ele forneceu poucos detalhes do acidente, pois não se recorda. A polícia ainda tenta esclarecer como o braço foi decepado.
A delegada informou que o ciclista está consciente, porém, muito abalado com a situação. "Ele me mostrou uns desenhos que ele fazia, disse que agora não ia poder fazer mais", disse ela, que se emocionou ao contar o fato.
