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Mizael jura pela filha que não matou ex-namorada

Ex-policial disse que nunca esteve na represa onde Mércia foi encontrada

Defesa tentou gerar dúvidas sobre as provas do caso e questionou os laudos sobre percurso até a represa em Nazaré

TALITA BEDINELLI DE SÃO PAULO

Em um depoimento de quase duas horas, o ex-policial militar Mizael Bispo de Souza, 43, citou Deus e jurou dizer a verdade pela vida de sua filha de 11 anos.

Ele é acusado de matar Mércia Nakashima, sua ex-namorada, em maio de 2010. Ontem, terceiro dia do julgamento, negou o crime.

"Estou sofrendo há três anos. É melhor a morte do que ficar preso", afirmou.

O ex-policial disse que não andava armado e que nunca esteve na represa de Nazaré Paulista (a 64 km de São Paulo), onde o corpo de Mércia foi encontrado. Disse ainda que a polícia fraudou provas.

Segundo ele, a família de Mércia quis culpá-lo pelo crime por ele não ter ido ao casamento da irmã da advogada, do qual seria padrinho.

A cerimônia, diz Mizael, ocorreu logo após o fim do relacionamento entre eles.

"Entendo que foi uma grande ofensa para a família, mas não justifica me imputarem um crime", afirmou.

Janete Nakashima, mãe de Mércia, assistiu a todo depoimento sem olhar para o réu.

O ex-policial afirmou também que foi torturado pela polícia na época das investigações. Anteontem, o delegado do DHPP que investigou o caso, Antônio de Assunção de Olim, negou qualquer tortura dos envolvidos no processo.

Mizael afirmou ainda que Evandro Bezerra da Silva, apontado como cúmplice no crime, devia dinheiro a ele, e por isso o incriminou. Evandro afirmou à polícia que foi buscar Mizael na represa onde Mércia foi assassinada.

OUTROS DEPOIMENTOS

O terceiro dia de julgamento foi importante para a defesa do policial.

No primeiro depoimento do dia, o perito Renato Domingos Patoli foi duramente questionado sobre a principal prova que incrimina Mizael: o sapato, onde foi localizada uma alga, compatível com as da represa, além de resquícios de osso e sangue.

Questionado, o perito disse que os vestígios não poderiam ser caracterizados como osso e sangue, pois a quantidade para análise era muito pequena, não sendo possível fazer um teste de DNA.

A defesa também questionou um laudo feito pela segunda testemunha a depor no dia, o perito Hélio Ramacciotti, que cronometrou o percurso supostamente feito por Mizael após o crime.

A estratégia de tentar gerar dúvidas sobre as provas pode ter funcionado. Os jurados fizeram 27 perguntas ontem, 18 para o réu e nove para as testemunhas.

O julgamento deve acabar hoje.


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