Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Maria do Carmo Barbosa Moraes (1925-2013)

Maria do Dito, do Bar da Maria

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Muitos anos após Maria do Carmo Barbosa Moraes ter vendido o bar, as visitas que ela recebia em casa ainda perguntavam do sorvete. A iguaria foi o grande sucesso do negócio que teve com o marido em Piracicaba, no interior paulista.

Na cidade, ela ficou conhecida por um tempo como Maria do Dito, após se casar, aos 30, com Benedicto, porteiro de um hotel. Quando ela, costureira e doceira, decidiu abrir com o marido um estabelecimento na rua Moraes Barros, passou a ser a Maria do Bar.

O negócio mesmo tinha dois nomes: Bar do Dito ou Bar da Maria. Com qualquer um deles, o carro-chefe era o sorvete artesanal feito por ela.

Nascida em Piracicaba, era criança quando seu pai saiu de casa. Filha única, foi criada somente pela mãe, que fazia pequenos serviços de costura.

Desde os 17 anos, morou no mesmo bairro. Tinha personalidade forte e gostava de exercer liderança na vizinhança.

O bar, que era modesto, segundo o filho Luiz Fernando, durou até 1989, quando Maria ficou viúva. Vendido, o ponto se tornou o Bar do João, hoje um "point" da cidade.

Após se aposentar, Maria decidiu realizar um sonho: pintar. Tomou aulas e fez paisagens e naturezas mortas. Só parou após sofrer um acidente vascular cerebral em 2005, que foi gradativamente lhe tirando a autonomia.

Quando via que a vizinhança estava perdendo as características, preparava seu cuscuz paulista e reunia todos.

Orgulhava-se de ver os dois filhos formados na Esalq. Na universidade, passeava com Dito quando namoravam.

Morreu na quarta (6), aos 87 anos, devido a um tumor de pâncreas. Deixa duas netas.

coluna.obituario@uol.com.br


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página