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Empresária era espancada na frente dos filhos

Separada há sete anos, mulher diz que marido tentou jogá-la da cobertura de prédio

DO ENVIADO A VITÓRIA

Obstetra, empresária e mãe de quatro filhos, Sofia (nome fictício), 47, foi casada com um médico por 13 anos, agredida durante 11 e espancada na frente dos filhos nos últimos três anos de relação.

"Eu ia ser a próxima vítima. Não ia passar de 2006", diz, sete anos após a separação. O marido tentou jogá-la da cobertura do prédio de luxo em que moravam em Vila Velha, na Grande Vitória.

Mas o estopim que a levou à separação foi outro: o ex-marido ergueu a filha mais velha pelo pescoço.

"Perguntei: 'O que está acontecendo?'. Minha filha respondeu: 'Nada, mãe. A senhora não vai fazer nada mesmo.' Foi a primeira vez em que me senti culpada por eles", diz sobre os quatro filhos, hoje com 14 a 18 anos.

Uma faca suja na mesa, uma pasta de dente esquecida aberta na pia ou um dia estressante no trabalho poderiam ser "razões" para as agressões. Mas o ciúme era o motivo real, diz Sofia.

"Se o papel higiênico rodasse para trás, e não para frente, é porque eu não tinha tido tempo de ver e, no mínimo, havia ficado pendurada no telefone com algum homem", relembra.

O ex-marido, de 52 anos, foi condenado pelas agressões a doar mobílias a uma escola. O processo foi anterior à vigência da Lei Maria da Penha, de agosto de 2006, que endureceu penas para agressores de mulheres.

A dificuldade para deixar a relação se deveu ao "isolamento" da família e dos amigos provocado pelo ex-marido, além da descrença na Justiça. Hoje, no hospital em que trabalha, após anos de terapia ao lado dos filhos, a médica atende outras mulheres vítimas de violência. (RTJ)


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