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Chuva fecha estrada e inunda litoral norte

Prefeitura de São Sebastião decreta estado de calamidade; Maresias e Camburi estão entre as praias mais afetadas

Botes improvisados serviram para levar turistas e moradores; ninguém se feriu ou morreu, diz prefeitura

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO DA ENVIADA ESPECIAL A MARESIAS

Uma tempestade de dez horas inundou ruas e deixou moradores e turistas ilhados ontem em São Sebastião (litoral norte de São Paulo).

As praias de Maresias, Camburi e Boiçucanga -algumas das mais badaladas da costa sul - estão entre os locais mais afetados.

Segundo a Defesa Civil local, 645 pessoas foram afetadas, das quais 87 ficaram desalojadas. Ninguém se feriu ou morreu, diz a prefeitura.

São Sebastião decretou estado de calamidade, o que lhe permite fazer compras sem licitação para combater os prejuízos causados pela chuva.

O temporal -o segundo em menos de um mês- também causou a queda de quatro barreiras na Rio-Santos, rodovia que corta essas praias, entre os kms 157 e 162.

O trânsito foi totalmente interrompido na serra, isolando Boiçucanga de Maresias. Em razão disso, quem estava em Maresias não conseguia seguir no sentido Mogi-Bertioga; a única possibilidade de voltar a São Paulo era a rodovia dos Tamoios, que ficou congestionada.

CENA

A cena do mês passado se repetiu em Maresias: as ruas de areia e paralelepípedo ficaram tomadas por água. Botes, caiaques e barcos eram usados para resgatar moradores e turistas.

Em Camburi, cordas foram usadas para que as pessoas atravessassem a correnteza do bairro do Areião, onde um rio transbordou. A água chegou a atingir três metros.

"Cresci aqui em Boiçucanga e nunca vi algo assim na vida. A área próxima à rodoviária chegou a mais de um metro de água", disse o secretário de Governo de São Sebastião, Wagner Teixeira. No bairro, segundo a prefeitura, casas foram derrubadas -a assessoria de imprensa não especificou quantas.

CHUVA

A chuva mais intensa, disse Teixeira, começou às 5h do domingo e se estendeu até as 15h. No início da noite ainda havia muitos pontos alagados pelo município.

Segundo a Defesa Civil, a chuva acumulada na cidade de sexta a domingo foi de 111,4 mm (litros por metro quadrado), quase metade do previsto para março inteiro.

Parte dos desalojados foi levada para um ginásio em Boiçucanga, de onde seguiram para casa de parentes. O resgate seguiria pela noite.

EXPLICAÇÃO

Questionada, a prefeitura diz que tem tomado providências para atenuar o impacto das chuvas, mas afirma que a força do temporal a impediu de evitar estragos.

"A chuva foi muito forte e coincidiu com a maré subindo, o que represou a vazão dos rios e seus alagamentos", disse Wagner Teixeira.

Os locais atingidos foram os mesmos da enchente de fevereiro. O secretário afirmou que, após o temporal do mês passado, a prefeitura pediu permissão emergencial ao Estado para iniciar obras de desassoreamento do rio Boiçucanga, que estava parada por necessidade de desmate a para entrada de máquinas.

De acordo com ele, a permissão foi concedida, mas o trabalho ainda está no começo. "Nem fez cócegas, falta muito ainda. Grande parte dos rios da região precisa ser desassoreada."

A chuva deve continuar hoje no litoral norte.


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