Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Culpa em trote tem de ser dividida, diz centro de alunos
Para diretório de direito da UFMG, 67 são responsáveis pelo ato, tido como racista
Em meio à repercussão de um trote na Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), considerado racista pela instituição, o centro acadêmico do curso defendeu a divisão da responsabilidade entre os veteranos envolvidos no ato.
Para Felipe Gallo, presidente do centro que representa os alunos, a exposição do caso nas redes sociais foi "excessiva". Segundo ele, os responsáveis são os 67 veteranos (do segundo período) que assinaram um termo de responsabilidade antes do trote, e não apenas os quatro alunos que aparecem nas fotos que motivaram polêmica.
O caso veio à tona após duas imagens circularem nas redes sociais. Uma delas mostra uma moça com o corpo pintado de preto e com um cartaz com os dizeres "caloura Chica da Silva" presa a uma corrente, segurada por um veterano.
Em outra foto, um rapaz aparece amarrado com fitas em uma pilastra, com o rosto pintado e bigode ao estilo do ditador nazista Adolf Hitler. Ao lado, três estudantes fazem a saudação nazista.
A UFMG divulgou nota de repúdio e abriu sindicância para apurar o caso. Os nomes dos participantes não foram divulgados.
Em reunião convocada pelo centro acadêmico, embora tenha prevalecido o tom de condenação, alguns estudantes classificaram o trote como "brincadeira de mau gosto", não passível de punição.
Em nota, o centro acadêmico definiu o trote como "racista, machista e nazista". No entanto, decidiu proteger a imagem e os "direitos individuais" dos envolvidos.