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Ignácio Maia (1923-2013)

Roberto Miller, um pioneiro da animação

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Sob a casa de Ignácio Maia, na Aclimação, no centro de São Paulo, há um mundo particular. Ali, no porão, um dos pioneiros da animação no Brasil mantinha um laboratório para fazer seus experimentos.

Desde que começou a criar seus desenhos animados abstratos e de vanguarda, Ignácio adotou o nome artístico de Roberto Miller. O sobrenome fora surrupiado do músico Glenn Miller, seu ídolo de juventude.

O Roberto ele passou adiante: Roberto Maia, o filho jornalista que apresenta um programa de rock na 89 FM, lembra que metros e metros de filmes ficavam suspensos em sua casa. Ignácio raspava o material até tirar-lhe a gelatina para poder desenhar quadro por quadro de seus curtas.

Paulistano, filho único de um português correspondente da Reuters no Brasil, passou a infância em Portugal, para onde seu pai teve de voltar. Retornou ao Brasil na adolescência, trazendo a paixão por cinema e fotografia.

Trabalhou na Academia de Polícia, no setor de audiovisual, e nas TVs Tupi e Bandeirantes. Na Cultura, onde entrou nos anos 60, dirigiu o departamento de cinema. Cuidou de programas como "Lanterna Mágica" e se aposentou por lá.

Também ganhou prêmios em festivais internacionais e se tornou amigo do animador escocês Norman McLaren, que ele admirava. Trocavam cartas repletas de desenhos. De tanta correspondência, o traço dos dois começou a ficar parecido, como lembra o filho, que descreve o pai como um brincalhão que permitia tudo.

Teve problemas renais e respiratórios. Morreu no sábado (16), aos 89 anos, de falência de órgãos. Deixa viúva, dois filhos e duas netas.


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