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Para matar a fome, internos já furtaram pato e carpas do lago

DE SÃO PAULO

Quem viveu no spa de Sorocaba há mais de 20 anos, como o engenheiro João Renato Albanese, 57, conta que, na época, só existia uma dieta, a de 250 calorias, e o tempo mínimo de internação era de um mês, sem direito a saídas.

A clausura deu origem a lendas que até hoje circulam entre funcionários e internos, no estilo telefone sem fio.

Um dos casos célebres, presenciado por Albanese em 1989, é o do interno que capturou um pato no lago anexo ao spa e tentou cozinhá-lo no quarto. "Essa foi a época dos malucos aqui", diz ele, que já passou várias temporadas na instituição. Sua primeira internação foi de 1987 a 1989, quando entrou com 280 quilos e saiu com 90 quilos.

Era o começo do spa, fundado em 1981. "A gente passava muita fome. Eu comi até flor. Hoje tem muito mais comida", lembra.

O engenheiro afirma ter visto quando um grupo de pacientes caçou o pato e o levou para um quarto. "Vi o bicho sendo depenado. Saí de perto, mas soube que tentaram assar o pato no aquecedor. Ficou um cheirão e eles foram descobertos."

As pobres carpas do local também já sofreram ataques. "Um paciente tentou fazer filé do peixe no ferro de passar", afirma Caio Cesar Moura, diretor do spa, sem entrar em detalhes.

Hoje, além de dietas mais "fartas" e saídas semanais, que, de certa forma, contêm o ímpeto dos infratores, a segurança é reforçada. Não dá mais para esconder contrabando no carro, por exemplo. O interno não fica com a chave do seu veículo.

Nada impede, porém, que a comida venha de cima.

Janete Rosa da Silva, coordenadora técnica do centro de estética, está na instituição há 20 anos e diz ter visto um frango assado cair sobre uma paciente que tomava sol na piscina. "Alguém encomendou o frango e jogaram pelo muro", lembra. O crime não foi desvendado.

A história mais maluca e megalomaníaca é a do ex-paciente rico que, depois de ser expulso por tráfico de comida, vingou-se jogando de um helicóptero centenas de bombons por toda a área do spa.

"Eram mais de 50 caixas. Os gordinhos se mataram de comer", diz Albanese, que justo nesse dia não estava lá, mas diz ter ouvido o caso de fontes seguras.


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