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Três de uma vez

'Nosso primeiro encontro não foi mágico'

DE SÃO PAULO

Quando o economista José Marcelo Monteiro, 44, casou com a administradora de empresas Luciana Marques, 42, há 13 anos, ele sonhava em ter três filhos. "Nem pensar", disse Luciana, e o marido se conformou em ter um só.

Luciana não conseguiu engravidar. Depois de vários tratamentos de fertilização assistida fracassados, o casal resolveu adotar um filho, de até quatro anos, no máximo.

Começaram a frequentar grupos de apoio à adoção, enquanto esperavam ser chamados pela Vara da Infância do Rio de Janeiro, onde moram. O filho idealizado foi sendo trocado pela expectativa de uma criança real.

Primeiro, ampliaram a faixa etária até seis anos. Depois, em vez de um, pensaram em adotar dois. "Imaginava um casal", diz Luciana.

Quatro anos atrás, o casal recebeu um aviso sobre três irmãos aptos à adoção.

"Era muita criança para administrar", diz Luciana. Mas os dois foram ao abrigo para conhecer Alexandre, Thaiane e Kaio -na época com dez, oito e três anos.

"As pessoas falam que é um momento mágico quando você encontra seus filhos, mas não foi nada disso. Não vimos estrelinhas brilhando, só a possibilidade de formar uma família", diz Marcelo.

Tiveram medo também. "Se você adota criança mais velha, precisa enfrentar o medo da rejeição. E se ela não nos aceitar?", diz Luciana.

Mas a afinidade foi forte. "Nos primeiros oito meses não fomos pais, fomos bombeiros", diz a mãe.

O mais difícil foi colocar limites naqueles três irmãos que moraram na rua e sofreram violência doméstica. "Claro, não iam confiar de cara na gente", diz Luciana.

Para ela, a adoção não é ato heroico ou caridade. "Já me perguntaram até se foi para pagar promessa. Não foi, não serei abençoada por isso. Foi o desejo de ser mãe, de constituir uma família. Formei a minha e sou superfeliz."


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