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Nadando contra a corrente

Equipamentos que criam piscina com correnteza e acessórios usados em academias permitem nadar sem sair do lugar e treino de força e resistência

MONIQUE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Falta de espaço já não é empecilho para nadar de braçada e fazer treinos longos.

Equipamentos que chegaram recentemente ao Brasil e acessórios usados em aulas de academias permitem nadar sem sair do lugar. Na prática, é como se fosse uma "esteira aquática".

A opção mais complexa --e cara-- usa uma bomba geradora de correnteza potente que simula correntes naturais. A bomba joga água contra o nadador, enquanto canais nas laterais ou atrás da piscina devolvem o fluxo para a bomba.

Com o dispositivo, o nadador não só consegue praticar exercícios em espaços menores como também desenvolve força e resistência. A força da correnteza vai depender da potência da bomba. Quanto maior ela for, maior também será o desafio.

O administrador de empresas Wagner Murgel, 45, instalou o sistema em sua casa depois de testar a piscina de correnteza nos Estados Unidos, onde o equipamento é mais popular. "Vi que o gerador tem uma corrente profunda, que envolve a piscina inteira. Isso permite fazer um bom treino", conta.

"Dá para treinar bem. Só é preciso se acostumar com o movimento no começo", diz o empresário Freddy Vogt, 45. Isso porque, para os que não estão acostumados com a bomba, há o risco de sair do ritmo da correnteza e ser "levado" por ela.

Vogt instalou a bomba no fim de 2013 em uma piscina de 9 m por 4,5 m em sua casa. "O bom é que, com uma piscina menor, foi possível construir outras áreas de lazer", diz ele.

Os preços podem variar de R$ 3 mil (só a bomba) a até R$ 195 mil (um modelo importado que combina bomba e piscina). Há opções de piscinas montáveis e práticas que cabem, inclusive, dentro do apartamento. A estrutura, porém, precisa aguentar o peso de pelo menos uma tonelada.

Em São Paulo, a empresa Latina Comex importa o equipamento, que nos Estados Unidos é vendido com o nome de Endless Pool --algo como "piscina infinita". O menor tamanho disponível é 2,13 m de largura por 4,26 m de comprimento.

Há ainda opções de origem francesa e de fabricação nacional --no Rio de Janeiro, a empresa Albacete fabrica um kit com bomba, oxigenador para a formação de bolhas e até um painel digital para controle do tempo de utilização da bomba.

ACADEMIA

Técnicas para desenvolver força e resistência são recursos comuns no esporte --velejadores, por exemplo, utilizam túneis de vento como instrumento no treino, afirma Ricardo Munir Nahas, especialista em medicina do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.

"Para os amadores, a recomendação é ter muito cuidado para não ultrapassar o limite e não se machucar nessas piscinas de correnteza", afirma ele. "É preciso ter cuidado com modismos. Há muitas maneiras de treinar e a supervisão de um profissional é sempre benéfica", afirma Nahas.

Nas academias, extensores presos a ganchos na borda da piscina e ligados ao aluno são alternativas mais simples às bombas para trabalhar resistência e força.

"O aluno se sente mais leve depois que o elástico é retirado e pode até ganhar mais velocidade", afirma Alessandra Toassa, coordenadora de natação da unidade Oscar Freire da academia Competition, em São Paulo.

O preparador físico Ricardo Yamaoka, 50, utiliza os extensores no treino para aumentar o fôlego em competições. "É um ótimo recurso para quem está num nível intermediário e quer ir além."

Nas unidades da academia Bodytech, aulas de maratona aquática também proporcionam maior resistência. As raias da piscina são retiradas no intuito de proporcionar um exercício mais livre, de acordo com Paula Toyansk, coordenadora de natação da rede de academias. Os recursos da aula incluem prancha em pé, segurada em frente ao corpo, e o uso de caneleiras.


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