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Sexo sem dúvidas

Livro desvenda alguns dos principais mitos sobre sexo e mostra como excesso de informação dá origem a crenças

MONIQUE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Ainda há mitos que rondam a sexualidade dos jovens como nas gerações passadas.

E hoje, é o excesso de informação e a ausência de orientação qualificada que dão espaço para novas crenças, segundo Aaron Carroll e Rachel Vreeman, professores de pediatria da Universidade de Indiana (EUA) que acabam de lançar o livro "Don't Put That in There!: And 69 Other Sex Myths Debunked" (algo como "Não Coloque Isso Naquilo e outros 69 mitos sobre sexo desvendados").

"Há mais conhecimento disponível, mas isso significa também que há mais informação errada", afirmou Rachel Vreeman à Folha.

"Muitos preconceitos são ditos com roupagem científica na forma de regras'."

O rapaz, se não está ejaculando como no filme pornô, já chega ao consultório dizendo que tem ejaculação precoce. E a moça ainda diz que quer evitar a pílula porque pode engordar.

As crenças, diz a autora, ganham mais força quando têm por objeto um tabu, como o sexo anal. Um dos mitos diz que a prática facilita o surgimento do câncer. Os autores dizem que até há uma associação entre o HPV, vírus sexualmente transmissível, e o câncer colorretal, mas não uma relação entre a prática sozinha e a doença.

O que era verdade antes também pode acabar virando mito com os avanços da medicina. Hoje, os DIUs (dispositivos intrauterinos) modernos não causam infecções, ao contrário de um modelo do passado. E as pílulas, com doses baixas de hormônios, não favorecem o ganho de peso.

Nos consultórios, a percepção é de que mitos aumentam os riscos à saúde. "O jovem sabe que deve usar camisinha, mas tem quem pense que isso não vale para a primeira vez", diz Paulo César Pinho Ribeiro, professor de pediatria da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. "O adolescente não tem condições de digerir muito do que vê na rede", diz Maurício de Souza Lima, hebiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Dúvidas comuns e individuais, como tamanho do pênis e medos relacionados à masturbação, segundo especialistas, sempre surgem e demandam atenção personalizada --dos pais e de médicos.

PREVENÇÃO

Segundo o último PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), do IBGE, 89,1% dos alunos do 9º ano do fundamental (antiga 8ª série) dizem ter tido informações sobre doenças sexualmente transmissíveis na escola.

Essas instruções, porém, nem sempre levam a práticas saudáveis. "Elas devem vir com uma comunicação verdadeira", afirma Lima. "E isso quer dizer, por exemplo, que os pais deixem de ter expectativas de que a iniciação sexual do jovem simplesmente não vai acontecer."


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