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Ritual da malhação

Grupo se inspira no budismo e em elementos de ioga, cross fit e artes marciais para criar o Mahamudra, treino com prática colaborativa

MONIQUE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Um grupo de modelos se encontra para treinar no Ibirapuera. Mas, de tanto as pessoas pedirem para participar, o treino vira uma prática com nome, movimentos próprios e até alunos e patrocínio.

Foi assim que nasceu o Mahamudra, um tipo de prática que mistura cross fit, ioga, treino militar, artes marciais, capoeira e meditação.

Mahamudra significa "grande gesto" em sânscrito, idioma indiano. No budismo tibetano, é tido como meio para o autoconhecimento.

No parque, porém, a prática virou febre. Hoje, tem 550 alunos no Brasil, com 330 deles no parque Ibirapuera. O grupo também está em São Bernardo do Campo, Salvador e Los Angeles (EUA).

Por aqui, cada aluno paga R$ 250 mensais e os treinos são combinados pela rede (https://pt-br.facebook.com/MahamudraBrasil).

Nas aulas, são estimuladas práticas como o Sírshásana, pose da ioga em que o peso do corpo é sustentado na cabeça, e "flexão diferenciada", em que o corpo é impulsionado para o alto e "levita".Também é usada a kettlebell, bola de ferro com alça para contrapeso aos movimentos.

As aulas são feitas três vezes por semana. Cada dia tem um foco: força, resistência ou técnica. A prática também é feita em dupla ou grupos. No final, cada um resume em uma palavra a ideia que quer transmitir à equipe.

O Mahamudra, na prática, acaba sendo o produto da contribuição dos participantes. O trabalho de César Curti, 27, ex-modelo, foi o de organizar os encontros. Curti morou por sete anos na Ásia. De lá, trouxe a inspiração oriental da equipe. "Não queria só um treino. O Mahamudra se tornou um método de desenvolvimento humano e de transformação pessoal."

César tem alunos motivados. O publicitário e modelo Augusto César, 28, é um deles. "Sempre quis algo diferente", diz. "Na academia parece que você está pagando para trabalhar".

A prática de tantas modalidades, porém, requer atenção. O médico do esporte Ricardo Munir Nahas, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, explica que a avaliação de um especialista é essencial para quem quer se dedicar com tanta intensidade.

"A pessoa precisa saber onde está para começar a praticar. Ela não vai conseguir fazer alguns saltos, por exemplo, se não tiver trabalhado alguns músculos antes".

Outro cuidado é não se deixar entusiasmar demais. "Se a frequência cardíaca está alta em repouso e se há irritabilidade ou falta de fome é porque há fadiga", diz Nahas.

Para o budismo tibetano, que inspira a equipe, a transformação pessoal requer uma entrega além do físico. "O autoconhecimento é um processo de uma vida inteira e também de vidas passadas", diz Silvia Lira, diretora do Instituto Nyingma.


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