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Filosofia também tem uso terapêutico

GIULIANA DE TOLEDO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A adoção da leitura como parte do tratamento psicológico é vista com ressalvas por profissionais brasileiros. O método, implantado na Inglaterra, teria aqui uma dificuldade: a má compreensão dos textos por uma população de baixa escolaridade, o que poderia ser perigoso, conforme o neurocientista Iván Izquierdo, da PUC-RS.

"Doentes mentais são sugestionáveis. Um paciente depressivo pode achar frases que o façam se sentir mais inclinado ao suicídio."

O uso terapêutico de livros não é novidade. Na terapia cognitiva, o paciente é estimulado a participar do seu tratamento. "Certos textos são indicados como lição de casa e 'cobrados' na sessão seguinte, como na escola", diz José Roberto Leite, psicólogo e professor da Unifesp.

PLATÃO E PROZAC

O uso do pensamento como terapia foi popularizado nos best-sellers "Mais Platão, Menos Prozac" (1999), do canadense Lou Marinoff, e "As Consolações da Filosofia" (2000), do suíço pop Alain de Botton. Na terapia filosófica ou filosofia clínica, filósofos atendem e dão aconselhamento com base nas ideias de grandes pensadores.

A Associação Nacional dos Filósofos Clínicos foi criada em 2008, mas a profissão não é reconhecida no Brasil.

Para ter efeito positivo no tratamento, a indicação de autoajuda deve evitar os livros que prometam soluções milagrosas, diz o psiquiatra Elko Perissinotti, do Hospital das Clínicas de SP. "Autoajuda boa é a que faz o paciente pensar sobre sua condição. Aquela coisa robotizada de olhar no espelho e falar 'bom dia, dia' tem duração fugaz."

Cético em relação ao gênero autoajuda, o neurologista Paulo Caramelli apoia a indicação de obras de memórias e ficção que tratem de doenças. "Contribui para que o doente conheça experiências de outros com problemas semelhantes. Serve de apoio e entretenimento."


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