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Cinco motivos econômicos para esperar novos congestionamentos

Para ter rodovias livres no feriado, número de pistas teria de ser multiplicado de forma inviável
Descida lenta ao litoral veio para ficar; países europeus mostram que tecnologia alivia, mas não resolve o problema
RICARDO MIOTO DE SÃO PAULO

São Paulo tem as melhores rodovias do país. E elas são inúteis para evitar congestionamentos como o do último dia 15 de novembro, quando motoristas levaram até 13 horas para chegar ao litoral.

Solucionar os engarrafamentos de feriado é um desafio difícil de vencer para países do mundo todo, como mostra este caderno especial.

Uma das razões é fácil de entender: as rodovias não foram planejadas para suportar saídas em massa de megalópoles como São Paulo.

Em grandes feriados, até 2 milhões de carros chegam a deixar São Paulo. Estima-se que as rodovias atuais suportem, porém, a saída de apenas cerca de 50 mil por hora.

A notícia ruim para o motorista que sofre no trânsito enquanto pensa se chegará a Ubatuba para uma cerveja antes de 2017 é esta: não haveria mesmo justificava econômica para que a capacidade fosse maior do que essa.

Os congestionamentos de feriado representam menos de 1% das horas do ano.

Multiplicar o número de pistas por dez resolveria o problema, mas elas ficariam às moscas no resto do ano, situação que não se paga --exceto se o pedágio fosse de centenas de reais, diz o engenheiro de transportes Horácio Augusto Figueira.

Ele lembra que aqueles tempos em que Caraguatatuba era uma praia virgem e ninguém tinha carro acabaram.

"A demanda explodiu, mas as pessoas são incapazes de entender por que a rodovia para no feriado. Pensam que, se não há semáforo, o fluxo deveria ser eterno. A culpa seria dos motoristas lerdos à frente", afirma ele.

"Não dá para falar pago IPVA, o governo tem de me oferecer pista livre até a praia'. Isso só seria possível se o governo destruísse a serra do Mar e fizesse um tobogã de concreto no lugar."

FUTURO DA RENDA

Embora hoje seja vendido quase o triplo de carros no Brasil do que há dez anos, em função da expansão da renda e do crédito, tudo indica que estamos longe do teto de consumo. A renda do brasileiro, por exemplo, ainda é quase quatro vezes menor do que a do americano.

Isso não significa que nada possa ser feito para diminuir o problema. Países europeus, por exemplo, têm usado sensores para reduzir engarrafamentos --ou métodos menos tecnológicos, como não liberar todas as crianças em férias de uma vez só.

No caso brasileiro, estradas de ferro poderiam aliviar tanto o fluxo de cargas quanto de turistas nas estradas.

Nas próximas páginas, encontre cinco razões econômicas para acreditar no congestionamento sem fim.

E quatro formas de aliviá-lo.


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