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Desigualdade de renda superou até a do apartheid

FÁBIO ZANINI DO EDITOR DE "MUNDO"

Economia crescendo, mesmo com soluços, e um salto no PIB per capita são as principais conquistas da Presidência de Nelson Mandela (1994-1999) na África do Sul.

Mas a desigualdade de renda superou até os níveis chocantes do apartheid, e o país iniciou queda acentuada no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU.

Alguns indicadores sociais melhoraram um pouco (como o analfabetismo) e outros pioraram muito (a expectativa de vida desabou, afetada por Aids e violência urbana).

Segundo ele próprio admitia no final da vida, Mandela deu atenção à economia muito aquém do que deveria ter feito na Presidência. A justificativa era que sua agenda estava cheia de bombas a desarmar: na época, a ameaça de guerra civil era muito real.

Com Mandela preocupado em ser um líder para inspirar a reconciliação, a economia foi "terceirizada" a auxiliares jovens e ambiciosos --o grupo de neoliberais chefiado por seu vice e depois sucessor, Thabo Mbeki, ex-comunista convertido ao mercado.

No governo Mandela (1994- 1999), o país cresceu sempre, mas só em 1996 a uma taxa capaz de fazer diferença na redução da pobreza (4,3%). Na média do período, a alta do PIB foi de 2,7% ao ano.

Quando ele assumiu, o IDH sul-africano, medido numa escala de 0 a 1, era 0,716, 90º no ranking da ONU. Ao sair, caíra para 0,702, e o país ocupava a 94ª posição --o índice chegaria a 0,599 em 2005. Hoje o índice é um pouco mais alto (0,629), modesta 121ª posição no ranking mundial.

Paradoxalmente, de 2000 a 2011, o crescimento claudicante da era Mandela estabilizou-se em níveis elevados --exceto em 2009, com retração de 1,5%.


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