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Hostels proliferam, mas atraem poucos turistas

Hospedagem alternativa não aparece entre as preferidas dos brasileiros

Em SP, albergue reduziu expectativa com a Copa e elevou preços; grandes eventos são esperança de receita

BÁRBARA LIBÓRIO FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

O número de hostels listados no Cadastur (Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos), que reúne estabelecimentos legalizados junto ao Ministério do Turismo, cresceu 33% em 2013, chegando a 114. No entanto, a viabilidade dos alojamentos ainda é questionada.

Hostels --que, em geral, oferecem hospedagem em quartos coletivos por preços menores-- nem aparecem na pesquisa mensal de intenção de viagem, realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e pelo Ministério do Turismo com brasileiros: são classificados como "outros", na última posição.

Ainda fora da cultura brasileira, a esperança de quem aposta em hostels é baseada principalmente no aumento da procura por estrangeiros.

Entre eles, a participação dos hostels em relação a outros tipos de hospedagem é pequena, à frente apenas da opção por ficar em uma casa própria no Brasil.

Esses estabelecimentos abrigaram 4,9% dos estrangeiros em 2012, último dado disponível, o dobro do registrado em 2006.

Para Enrico Fermi Fontes, presidente da ABIH Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), os turistas estrangeiros ainda buscam credibilidade e preferem optar por redes de hotéis a hospedagens alternativas.

"Quem pretende investir no setor precisa ter em mente que a sustentabilidade do negócio vai depender da demanda do turismo nacional. Não adianta só pensar na Copa do Mundo", diz.

Gustavo Dermendjian, 32, e seus três sócios investiram R$ 680 mil para inaugurar o hostel Bee.W, em São Paulo, no ano passado. Ele afirma que a expectativa com o Mundial era alta, mas não se confirmou.

"Nós esperávamos lotação máxima nos 30 dias de julho. Mas muito aconteceu no país e já não contamos com a vinda de tantos estrangeiros", explica. A expectativa de faturamento para o período caiu entre 30% e 40%.

Segundo ele, o mercado de hostels ainda está "engatinhando" no Brasil. "A exceção é o Rio de Janeiro, onde o mercado é bem forte e a procura é maior", diz.

O hostel também tem um bar aberto ao público, uma fonte de renda alternativa.

Para Renê Fernandes, professor da FGV, os albergues têm espaço para crescer. "Lisboa, em Portugal, tem 150 estabelecimentos listados. São Paulo é uma região metropolitana maior e tem 59."

Ana Flávia Accursio, 23, está investindo em um hostel que deve ser inaugurado em março em São Paulo. A ideia é levar o SP011 para outras capitais, como Belo Horizonte e Salvador.

Ela e seu sócio devem investir R$ 400 mil no estabelecimento e estão apostando no turismo de negócios e de grandes eventos, como feiras e festivais musicais.

No Bee.W, as vagas para o festival de música Lollapalooza, que ocorrerá em abril, já se esgotaram.

Já para ter receita com a Copa, as estratégias serão diferentes. Enquanto o SP011 prefere garantir a ocupação completa a aumentar os preços, o Bee.W está cobrando diárias quatro vezes mais altas que as normais.


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