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Entrevista

Não há bons nem maus países para se abrir uma empresa

Franceses viajam pelo mundo para ouvir empresários de seu país que começaram novos negócios em terras estrangeiras

DE SÃO PAULO

Os franceses Brice de Matherel, 26, e Thomas Nanterme, 25, são formados em administração pela Audencia Business School e desde que terminaram a faculdade, em 2012, saíram mundo afora para entrevistar conterrâneos que começaram negócios em outras nações. Eles já passaram por 12 lugares diferentes.

Os encontros com franceses são registrados e vão para o site wproject.fr. Nos próximos dias, eles irão entrevistar empreendedores que abriram negócios no Brasil, a última parada da dupla.

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Folha - Como começou o projeto?

Thomas Nanterme - Estudamos empreendedorismo na escola e tivemos experiências fora da França. Decidimos juntar essas duas pontas. Quando começamos, o clima econômico era triste e raivoso. Decidimos fazer isso para que os franceses possam ser otimistas.

O presidente François Hollande esteve na última semana nos EUA e uma das paradas foi o Vale do Silício. Emprendedorismo é um tema debatido na França?

Nanterme - Cada vez mais. No começo do governo Hollande baixaram uma lei controversa cuja meta era cobrar impostos de ganhos de capital como se fosse renda. E os empreendedores responderam com um movimento chamado Les Pigeon (as pombas). Talvez agora o governo queira fazer algo pelos novos negócios.

Vocês estavam procurando algum traço de personalidade comum aos empreendedores?

Brice Matharel - Não. Mas acho que encontramos algumas características: eles são curiosos e têm mente aberta. E a maioria é organizada.

Vocês devem ter formado uma boa ideia do que funciona e o que não funciona em um ambiente de negócios. Em quais países há instituições que funcionam?

Nanterme - O que aprendemos é que não há um bom país para começar uma empresa e que também não há um mau país. Em um lugar como a Índia, onde há muita burocracia, o mercado está crescendo. E em San Francisco tudo é fácil, mas a competição é tão árdua que só poucos sobrevivem.

Matharel - Todos pensam que o Vale do Silício é o melhor lugar para abrir uma start-up. Mas contratar alguém para desenvolver um site lá é incrivelmente caro. Uma empresa iniciante dificilmente conseguiria pagar.

Nanterme - Em Hong Kong e em Cingapura abre-se uma empresa em dois dias. É fantástico. Já no Japão é possível começar um negócio com o equivalente a R$ 0,30. Na China os mercados não param de crescer, há nichos de gente muito rica e outros de pobres.


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