Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Esporte garante desconto na mensalidade

FÔLEGO
Bolsas para quem compete em times da faculdade chegam a 100% do valor do curso

ANA KREPP DE SÃO PAULO

Faculdade de manhã, estágio à tarde e treino de handebol à noite. Cansou? Ainda tem exercícios aos sábados e campeonatos semanais. "É puxado, mas só assim consigo pagar a faculdade", afirma Clara Marques, 19.

Aluna do segundo ano de direito no Mackenzie, em São Paulo, ela é um dos 300 alunos da instituição que ganham descontos entre 15% e 75% para jogar em campeonatos universitários.

Ser atleta pela faculdade é alternativa para pleitear bolsa de estudos em todos os cursos oferecidos em ao menos 12 instituições do Estado.

Antes de ser aluna do Mackenzie, Clara não tinha experiência profissional no handebol. Jogava no colégio e soube do benefício pela técnica do time estudantil.

"Vou jogar até concluir o curso, depois vou parar. Não tenho perfil para ser atleta", conta ela, que tem desconto de R$ 460 na mensalidade.

Mas ela é minoria entre esse tipo de bolsista. Grande parte deles é federada [atuou em clubes como semiprofissionais] e muitos recebem proposta das próprias universidades para jogarem com bolsas que chegam a 100%.

"O perfil de um cara que pode tentar entrar é o que jogou a vida toda. Tem que ter sido atleta ou, pelo menos, ter jogado em campeonatos internos do clube", explica Roberto Toledo, coordenador da Atlética da Unip.

Segundo ele, menos de 20% dos 800 bolsistas nos times da universidade eram inexperientes em esporte.

PLANO DE CARREIRA

Os atletas prodígios, em compensação, têm oferta de sobra para representar as universidades e bancar integralmente seus estudos.

Foi o que aconteceu com Victor Colonese, 22, nadador que morava em Salvador, quando um "olheiro" o convidou para integrar a equipe de natação da Unisanta, em Santos, litoral paulista.

"Quero ser nadador profissional, mas como essa carreira é curta, faço engenharia para um dia desenvolver tecnologia para o esporte", diz o estudante do primeiro ano de engenharia mecânica.

Com a bolsa, as universidades buscam projeção na área esportiva, mas dizem também se preocupar com a formação dos alunos.

Conciliar as atividades, porém, nem sempre é fácil.

Com treinos de cinco horas diárias e competições mensais, Colonese já precisou trancar a faculdade para competir em um mundial.

"Não tive condições de estudar, conversei com o coordenador do curso e combinamos de eu ficar um ano fora."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página