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Bancos

Novas leis e investimento em TI geram mudanças no setor

PROFISSIONAIS QUE COMBATEM E PREVINEM FRAUDES ESTÃO EM FALTA

MAYRA MALDJIAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Duas novas leis têm feito os bancos do país empenharem-se na reorganização de sua estrutura.

A Lei Anticorrupção (12.846/2013), que responsabiliza e penaliza empresas envolvidas em atos contra órgãos públicos é uma delas. Em vigor desde 29 de janeiro, fez as instituições reforçarem as equipes de "compliance", uma função em ascensão no setor. Cabe a elas assegurar o cumprimento de leis e regulamentos, evitando que o segmento seja utilizado para práticas ilícitas como a lavagem de dinheiro.

"É difícil encontrar profissionais de compliance' no mercado, mesmo porque a área é nova e não existe uma graduação para esse fim", diz Geane Oliveira Bueno, 42, gerente desse setor na área de investimentos do Santander. "A maioria deles veio de dentro de casa, das áreas de auditoria e jurídica, e passaram por cursos de capacitação."

Graduada em administração de empresas e em marketing, Bueno participou da implementação da política interna de combate e prevenção à lavagem de dinheiro e fez cerca de dez cursos técnicos para conhecer melhor a área de negócios.

No banco inteiro, há aproximadamente 95 profissionais de "compliance".

Segundo levantamento de remuneração feito pela consultoria Michael Page, os salários oferecidos variam de R$ 12 mil a R$ 26 mil para cargos de média e alta gerência e de R$ 6.000 a R$ 10 mil para analistas.

Fábio Moraes, diretor executivo do Instituto Febraban de Educação, aponta uma outra necessidade de adaptação que os bancos precisam realizar por causa de uma lei, dessa vez americana, a Fatca (Foreign Account Tax Compliance Act).

Criada pelo governo Obama em 2010, a lei obriga as instituições financeiras a colocar à disposição da Receita dos EUA um "responsible officer", profissional responsável por apurar as relações bancárias de contribuintes norte-americanos no exterior.

Os Estados Unidos taxam seus cidadãos em qualquer lugar em que eles morem. Há 6 milhões de americanos que vivem no exterior.

"O profissional que vai ocupar essa vaga precisa entender de legislação, de economia internacional, de compliance, além de serviços e processos", lista Moraes, que tem promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) palestras de esclarecimento para gente do setor.

Por se tratar de um cargo de alta complexidade, a remuneração fixa, segundo ele, oscila em torno de R$ 15 mil.

Os bancos precisam se cadastrar e se adaptar à norma ainda neste semestre. Caso contrário, sofrerão a retenção de 30% de sua renda com investimentos nos EUA.

BANCO VIRTUAL

Outro profissional em alta é o de tecnologia da informação, um dos mais requisitados no segmento. Segundo Alessandro Saade, diretor de conteúdo da consultoria Academia da Estratégia, há uma grande demanda por especialistas em programação, base de dados, redes e segurança.

"São eles que montam as estruturas de bancos pela internet e por celular, da mesma forma como protegem esses sistemas de riscos", diz.

O setor financeiro como um todo investe cerca de R$ 20 bilhões anualmente em tecnologia bancária. Segundo a Febraban, 40% das transações financeiras foram realizadas via internet banking e 6% por meio de aplicativos de celulares no ano passado.

NO BALCÃO

Esse cenário também provoca mudanças nas agências bancárias: com o aumento da automação, funções como atendente de telebanco, caixa e arquivista estão perdendo importância.

Tamires de Souza, 26, caixa do banco Itaú há dois anos, porém, não se apavora diante disso. "Depende muito do perfil da agência. Onde trabalho a movimentação é muito grande ainda, há muitos clientes empresariais. Mesmo com toda a facilidade da internet, a função de caixa lá é muito importante."

Formada em gestão financeira, ela pretende seguir carreira na área operacional da empresa. "Estou participando de um projeto de melhoria em tecnologia e inovação voltado para o próprio caixa. Penso em fazer uma pós-graduação relacionada a isso."

Mesmo em baixa, os três cargos mais admitidos nos bancos no primeiro trimestre de 2014 foram de escriturários de serviços bancários, operadores de telemarketing e administradores de empresas, de acordo com a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e o Dieese.

O sistema financeiro fechou 1.849 postos de trabalho nesse período. Para a Contraf-CUT, isso acontece porque as empresas demitem profissionais com salários altos, trocando-os por outros com remuneração menor, para economizar.

subindo

'COMPLIANCE'
Lei Anticorrupção fez com que bancos investissem no profissional
SALÁRIO de R$ 6.000 a R$ 26 mil

'FATCA RESPONSIBLE OFFICER'
Instituições devem se adequar à lei dos EUA para controlar sonegação
SALÁRIO R$ 15 mil

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Automação exige profissionais que tornem esses serviços eficientes
SALÁRIO R$ 3.400 a R$ 18 mil

descendo

ATENDENTE DE TELEBANCO
Em aprimoramento, operações on-line deixaram as telefônicas em segundo plano
SALÁRIO R$ 1.500

'DATA ENTRY' E ARQUIVISTAS
Cargo perde relevância com existência de leitores de códigos de barras e de cheques
SALÁRIO R$ 1.040

ATENDIMENTO DE BALCÃO
As operações são feitas pelos sites, aplicativos e caixas eletrônicos
SALÁRIO R$ 2.000


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