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Mercado MPME

Vitória em concurso de empreendedores não garante sucesso

Após derrotar rivais em torneios, empresários têm dificuldades para tirar ideia do papel e manter equipe

Sócios podem ficar mais visíveis e ganhar novas oportunidades no mercado, perdendo o foco na ideia inicial

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Ganhar uma competição de start-ups (empresas iniciantes de base tecnológica) é um sonho dos empreendedores. No ano passado, por exemplo, 1.041 empresas se inscreveram no Desafio Brasil, promovido pela Fundação Getulio Vargas e um dos mais conhecidos do país.

A vitória nesses concursos pode trazer visibilidade, contatos com investidores e aprendizado. Mas está longe de garantir sucesso.

O Mindle, por exemplo, foi uma ideia promissora. Em 2011, seus sócios venceram a primeira edição brasileira do concurso Start-up Weekend (que tem por objetivo desenvolver uma ideia em um fim de semana). Em seguida, foram eleitos os melhores em uma final mundial da competição. Mas o projeto não saiu do papel.

Henrique Lima, 35, um dos responsáveis pela empresa, conta que a ideia era criar um site para professores venderem aulas virtuais.

Porém, após as premiações, começaram a surgir oportunidades profissionais para os sócios e a equipe se desfez. Há dois anos, Lima é um dos diretores de outra start-up, a Akatus, de pagamentos pela internet.

"Minha vontade era evoluir a ideia e lançar a empresa. Não tenho certeza sobre como estaria, mas parece que pessoas que foram pelo nosso caminho estão bem", diz.

ÀS MOSCAS

O final após a consagração também acontece com empresas que participam de competições voltadas a negócios um pouco mais maduros. Das 36 que ficaram nas seis primeiras posições entre 2006 e 2012 do Desafio Brasil, 14 delas não têm um site oficial ou página nas redes sociais. Outras oito mantêm páginas inativas, sem atualizações há mais de dois anos --14 estão atuantes.

Para Alan Leite, presidente da aceleradora de negócios Startup Farm, o fechamento de campeãs se deve, principalmente, ao maior risco de insucesso de empresas que atuam com inovação.

Outro desafio, segundo Marcelo Nakagawa, professor da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista), está na manutenção dos sócios na empresa.

Em muitos desses concursos, as equipes são formadas para desenvolver o projeto para os eventos. Depois disso, fica difícil saber qual será a participação de cada um.

A empresa Inovel, que venceu a primeira edição do Desafio Brasil, em 2006, sobreviveu três anos após o prêmio.

A companhia desenvolvia um sistema para resfriamento de processadores de notebooks e era bancada basicamente com recursos de programas governamentais de incentivo à inovação.

Por causa da vitória no concurso, eles foram atrás de investidores para finalizar o projeto, conta o sócio Rogério Pires, 33. Mas, à medida que ele e os sócios terminavam cursos de graduação e pós-graduação na área de engenharia e nenhum investidor fechava negócio, a ideia foi sendo abandonada.

Hoje, um dos antigos sócios de Pires é analista do Banco Central e o outro é pesquisador em uma universidade no Canadá.

Pires resolveu buscar um negócio menos tecnológico. Ele tem duas unidades da franquia de aulas de reforço escolar Tutores.

"Passei cinco anos do projeto da Inovel aprendendo a vender uma ideia e mostrar um plano de negócios. Isso me deu vontade de seguir com uma operação minha, mesmo que fosse em um setor mais tradicional."


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