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Empresas criam produtos com foco em veganos e simpatizantes

Selo indica se item usa matéria-prima de origem animal ou passa por testes em bichos

Tendência é que público passe a rastrear melhor o ciclo de produção dos itens que consome, afirma consultora

DE SÃO PAULO

Empresas que fabricam produtos que não têm materiais de origem animal ou não fazem testes com bichos estão se esforçando para divulgar essa opção. A ideia é alcançar o público vegano (que não consome qualquer produto que não tenha essas características) e simpatizantes da prática.

Não se trata apenas de alimentação: a tendência inclui cosméticos e vestuário.

A SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) lançou, em 2013, o Selo Vegano, que certifica esse tipo de produto. O objetivo é que o consumidor possa identificar mais rapidamente esses itens.

Segundo Guilherme Carvalho, secretário-executivo da SVB, há mais de 40 produtos certificados até agora e 85 em processo de avaliação. São, por enquanto, empresas já conhecidas nesse mercado.

"Daqui para a frente, o público vai rastrear melhor todo o ciclo de produção de um produto, inclusive os resíduos", afirma Roberta Valença, presidente-executiva da Arator, consultoria de sustentabilidade empresarial.

A indústria de alimentos Superbom, que há mais de 80 anos fabrica produtos veganos, tem 15 produtos certificados pela SVB.

Segundo o gerente de marketing David Oliveira, há três anos a companhia passou a dar mais atenção a esse mercado. "Nos produtos de proteína de soja, substitutos da carne, vemos um aumento de vendas de 30% ao ano", diz.

O MERCADO

Uma pesquisa feita pelo Ibope em 2012 apontou que 15 milhões de pessoas se declaravam vegetarianas (não consomem carne). Em São Paulo eram quase 800 mil.

Gabriel Silva, 24, é vegano e resolveu investir no setor quando se deparou com uma necessidade própria: achar calçados de qualidade que não utilizassem componentes de origem animal. Há um ano, ele investiu R$ 50 mil na fundação da Ahimsa, especializada em calçados e acessórios veganos.

"Os nossos produtos não utilizam nenhum tipo de couro. Nós também abolimos o uso da cola sintética [que usa matéria-prima animal]", explica Silva.

Segundo ele, no primeiro ano da marca, o faturamento foi de R$ 200 mil. As vendas cresceram a uma média de 20% ao mês.

A meta agora, diz, é fortalecer os produtos que a marca já tem e investir em novos. "Hoje, o público feminino é responsável por 56% das nossas vendas. Precisamos atender uma demanda por sapatos sociais de salto alto", afirma o empresário.

Também há espaço para empreendedores menos robustos. O estudante de engenharia Raphael Quiesi, 23, gastou menos de R$ 8.000 para lançar uma loja virtual que revende produtos naturais e veganos, especialmente cosméticos.

"Queremos atender dois públicos: o novo natural', que gosta de produtos sustentáveis, mas não é extremista, e o natural radical', que é aquele que olha ingrediente por ingrediente do rótulo do produto", explica.

Segundo ele, a meta é que o site venda R$ 50 por dia nos primeiros seis meses e o dobro no próximo semestre.


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