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Profissionais abrem empresa sem largar emprego e têm 'vida dupla'

Empreendedores ficam mais seguros, mas podem ser menos produtivos nas duas atividades

Opção pode ser positiva no início, quando é preciso investir mais dinheiro, mas pode se tornar insustentável

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Alexandre Farina, 33, é chefe de tesouraria de um banco internacional e, há um ano e meio, desenvolve a rede social de educação Darueira. Com dois sócios, investiu R$ 700 mil no projeto.

Ele conta que o grupo preferiu manter seus empregos para ter dinheiro para investir na plataforma em vez de buscar investidores. Os sócios chegaram a recusar propostas de até R$ 200 mil, afirma.

Farina diz que, como o Darueira ganha principalmente pela venda de aulas dentro da plataforma, seu sucesso depende de atrair muitos usuários, o que deve acontecer no longo prazo. Tentar lucrar em pouco tempo atrapalharia os planos da empresa.

Alexandre Nabil Ghobril, professor da Universidade Mackenzie, diz que a opção por se dividir entre empregado e empreendedor é seguida principalmente por pessoas de perfil mais conservador ou que não dispõem de uma reserva financeira para se manter enquanto a empresa dá pouco lucro.

Mas é preciso levar em conta questões como a perda da qualidade de vida e a motivação para o trabalho, afirma Paulo Ancona Lopes, da consultoria Vecchi Ancona.

"Tocar as coisas dando chapéus aqui e ali é um problema. Vai ser exaustivo e improdutivo para o empresário e para a empresa em que trabalha", diz o consultor.

Danilo Pereira, 37, fica fora de casa das 6h30 às 23h30 por causa da sua vida dupla. De manhã, ele é gerente de vendas de uma editora. Quando acaba o expediente, vira empresário.

Atuando há 15 anos na mesma empresa, ele decidiu comprar uma franquia da marca de restaurantes Espetinhos Mimi, em São Caetano, há um ano. Diz que optou por empreender correndo o mínimo de risco possível.

"Todo negócio próprio tem riscos. Por mais que você estude, prepare-se, nunca tem tanta certeza de quando ele vai dar retorno", explica.

No caso do Darueira, há uma equipe de programadores contratados em tempo integral e os sócios acompanham a distância o desenvolvimento da rede.

Sobra trabalho para fins de semana e madrugadas e os empreendedores têm de ficar de olho no celular até enquanto jantam.

"Se chegar o momento em que o site exigir mais dedicação do que nosso trabalho usual, teremos de avaliar se um dos três sócios vai se dedicar só a ele", conta Farina.

Em alguns casos, o relacionamento entre o empreendedor e seu empregador também pode ser positivo.

Eliana Vespa, 44, é professora de pré-escola e iniciou uma operação da rede de reforço escolar Ensina Mais há quatro meses com ajuda do marido, corretor de seguros.

A escola em que trabalha costuma indicar sua empresa para alunos com dificuldades e abre espaço para divulgar o serviço.


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