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São Paulo sofre com ilha de calor

AQUECIMENTO DA METRÓPOLE ALTERA CHUVAS; REDUÇÃO DO CONSUMO É MENOS DE 1/4 DO DESPERDÍCIO

DE SÃO PAULO

A proposta do governo estadual paulista para a carência de água na Grande São Paulo está no Vale do Ribeira, a 80 km da capital. O sistema São Lourenço, contudo, só ficará pronto em 2018.

Até lá, para enfrentar a estiagem e fugir do racionamento, a Sabesp recorreu à captação do volume morto no sistema Cantareira e ao bônus na conta de quem diminuísse o uso de água. Mas o clima pode atrapalhar.

A redução de consumo obtida em agosto em São Paulo (3,9 m³/s, ou 336.960 m³/dia), porém, não chegou a um quarto do que ainda se desperdiça (1,5 milhão de m³/dia, ou 24,4% do total produzido).

Muitos especialistas dizem que a verdadeira solução não está nas obras de engenharia para buscar água cada vez mais longe. O tripé para impedir que a água acabe em áreas populosas se compõe de recuperação ambiental, conservação de mananciais e redução do desperdício.

ILHA DE CALOR

Os sistemas da Sabesp na Grande São Paulo produzem 6 milhões de m³ por dia, mas quase metade vem de bacias fora da zona metropolitana, como a bacia PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), que alimenta o Cantareira.

Nesse sistema, as chuvas estão há dois anos abaixo das médias mensais. No acumulado de 2013, o pior ano, as represas registraram 1.090 mm de precipitação --a média anual é de 1.566 mm.

Analisando dados de 1962 a 2014 de uma estação no Horto Florestal, nota-se uma tendência de chuvas anuais crescentes na capital. O fato já é bem conhecido, e sua melhor explicação está no efeito de ilha urbana de calor.

Quanto mais cresce, a cidade, impermeabilizada, armazena mais radiação solar. Com isso, aquece a atmosfera, favorecendo a formação de nuvens e a precipitação.

A novidade surge quando se comparam esses dados com a tendência de diminuição de chuvas do outro lado da serra da Cantareira, onde ficam as bacias dos rios que formam o sistema.

Não se descarta que essa assimetria seja fruto de transformações na circulação atmosférica. A intensidade das tempestades paulistanas estaria tirando força das nuvens de chuva, impedindo-as de atravessar as serras da Cantareira e da Mantiqueira.


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