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Entrevista - Marcelo Apovian, 41

Especial - Guia das Profissões

Brasileiro sabe trabalhar na adversidade

PARA ESPECIALISTA EM RECRUTAMENTO, PERFIL É VALORIZADO POR EMPRESAS MULTINACIONAIS

DE SÃO PAULO

Marcelo Apovian, 41, é headhunter da Odgers Berndtson, uma das maiores consultorias para recrutamento de executivos no mundo. Até os 26 anos, foi esquiador profissional --representou o Brasil em duas Olimpíadas. Formado em propaganda e marketing, começou a trabalhar com tecnologia e seguiu para o setor de recrutamento, em 2006. De 2007 a 2009, antes de entrar para a Odgers, montou o braço de uma concorrente da empresa na Argentina.

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Folha - Qual é a melhor forma de buscar uma experiência profissional no exterior?
Marcelo Apovian - Raramente uma empresa contrata um headhunter para buscar alguém para ser expatriado. O convite surge para um profissional que já está dentro da empresa, por isso uma dica é: busque uma empresa que opere fora do Brasil, mesmo se for nacional. Em companhias com uma cultura forte de expatriação, como a Procter & Gamble e a Unilever, é obrigatório passar por uma experiência fora para crescer.

O que um profissional brasileiro tem a oferecer?
Temos uma democracia recente, um histórico de hiperinflação e um ambiente macroeconômico muito melhor do que já foi, mas que ainda é de instabilidade. Isso torna nossos executivos mais criativos e inteligentes para realizar uma revisão de planos quando necessário. Existe a valorização desse perfil.
Para chegar ao topo da GM [General Motors], por exemplo, um executivo geralmente precisa passar um tempo no Brasil, que é uma operação importante num ambiente difícil. É uma escola onde ele vem entender como fazemos negócios em condições de adversidade.

Quais dificuldades podem surgir em outros países?
Já fui enviado para a Argentina, que é um país latino a duas horas de voo do Brasil, mas a cultura é diferente. Fui com a minha família, e a adaptação não foi simples. Outra coisa que ninguém percebe é que a volta não acontece sempre com naturalidade. Como a empresa vai alocá-lo se estiver demitindo no Brasil? Às vezes, é mais fácil mandar você para a China.

O que o profissional ganha com a experiência?
Ir ao exterior abre sua cabeça. Você lida com pessoas e problemas diferentes, tem uma visão maior do mundo corporativo e desenvolve idiomas. Se houver oportunidade, vá com certeza, porque a experiência é fantástica.

Qual é a sua orientação para quem está em processo de escolha da carreira?
É difícil ter certeza com 20 e poucos anos, mas, dentro do possível, escolha algo que você ache legal, que vá fazer com paixão. Se você ama o que faz, trabalha mais que os outros, aprende mais, dá mais resultado e, numa multinacional, pode ser favorecido com a oportunidade de ir ao exterior e ter um salário melhor.


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