Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

No ritmo atual, Dilma e Marina irão repetir cenário do 2º turno de 2010

PSB argumenta que é possível virar eleição porque o terceiro colocado nunca teve perfil tão antipetista

FERNANDO RODRIGUES DE BRASÍLIA

No atual ritmo de variações dos principais candidatos a presidente, conforme mostra pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26, o eventual 2º turno entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) terá candidatas com intenções de voto similares ao que se viu entre os finalistas de 2010.

Hoje, de acordo com o Datafolha, Dilma tem 47% contra 43% de Marina numa simulação de 2º turno. A petista variou três pontos percentuais para cima em uma semana. A pessebista fez o caminho inverso e deslizou três pontos para baixo.

Nesse ritmo, daqui a uma semana, Dilma pode chegar a 50% contra 40% de Marina.

São percentuais muito parecidos aos desta mesma época em 2010, nas simulações do Datafolha para 2º turno. Dilma liderava naquele momento com 52%. José Serra (PSDB) aparecia com 39%.

Como se sabe, em 2010, quem venceu a disputa foi a petista -repetindo a escrita de todas as eleições presidenciais brasileiras que tiveram 2º turno: quem começou à frente nas projeções de votação final ganhou a parada.

Os políticos costumam dizer que 2º turno é outra eleição. Trata-se de afirmação meramente retórica. O 2º turno é a mesma eleição. Aliás, uma eleição prestes a acabar. São apenas 21 dias de campanha entre o 1º e o 2º turnos.

A história de que os tempos de TV são iguais (dez minutos para cada candidato) também é quase irrelevante, por duas razões principais. Primeiro, porque a propaganda só dura cerca de 15 dias. A outra razão é que nesta fase da campanha a maioria dos eleitores já está mais decidida a respeito do voto e o espaço para mudança é mínimo.

O que poderá dar algum alento a Marina num eventual 2º turno -eventual porque uma decisão no 1º turno não pode ser descartada- é se a diferença entre ela e Dilma não aumentar nos próximos sete dias. Dado o histórico das últimas semanas, esse cenário é improvável.

FATOR AÉCIO NEVES

Os marinistas sempre usam um argumento para defender a hipótese de virada a seu favor no 2º turno: nunca o 3º colocado na disputa presidencial foi um candidato com voto tão anti-PT e anti-Dilma como Aécio Neves.

Em 2002, Lula enfrentou José Serra (PSDB) no 2º turno, mas o 3º e o 4º colocados, Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS), tinham eleitorados muito mais pró-petismo que a favor do tucano.

Em 2006, da mesma forma, Lula disputou o turno final contra Geraldo Alckmin (PSDB). Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) também ficaram fora, mas seus eleitores majoritariamente preferiam o PT.

Por fim, em 2010, Dilma e Serra foram ao 2º turno. A 3ª colocada foi Marina, recém-saída do PT e com muitos eleitores mais favoráveis a Dilma.

Por esse raciocínio, desta vez, os aecistas (perto de 20% dos votos válidos) deveriam migrar em peso para Marina no 2º turno -cerca de 80% deles, como disse o candidato a vice de Marina, deputado Beto Albuquerque (PSB).

O que torna essa hipótese menos plausível do que deseja o PSB são as pesquisas. Os institutos perguntam aos eleitores aecistas em quem votariam no 2º turno se seu candidato estivesse fora. Nunca foi apurada essa migração em peso, de 80% pró-Marina.

Pior ainda para a candidata do PSB: o próprio Aécio tem feito comerciais vitriólicos contra Marina nos últimos 20 dias, na esperança de tirá-la do 2º turno. O efeito colateral pode ser o aumento do desânimo de seus eleitores.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página