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Eleições 2014

Dirigente do BC apoia ideia de Marina

Diretor de Política Econômica se contrapõe à presidente Dilma ao afirmar que 'autonomia legal' do órgão traria ganhos

Hamilton também disse que política fiscal será 'expansionista' em 2014, o que contribuirá para a alta da inflação

SOFIA FERNANDES VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A autonomia legal do Banco Central, que se transformou em um dos principais temas da guerra eleitoral entre Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), foi defendida nesta segunda (29) pelo diretor de Política Econômica do órgão, Carlos Hamilton.

Durante exposição do relatório trimestral de inflação, o diretor do BC inicialmente relutou em responder às perguntas de jornalistas sobre o tema, mas acabou manifestando posição favorável à medida defendida por Marina e criticada por Dilma.

"Do ponto de vista técnico, a teoria macroeconômica, amparada pelas evidências internacionais, aponta que um ambiente que contempla autonomia legal traz ganhos para as economias dos países que a adotam", afirmou Carlos Hamilton.

Concluindo o raciocínio, Hamilton disse: "De modo que, do ponto de vista estritamente técnico, sou favorável à autonomia legal de modo geral, inclusive no Brasil".

As declarações do diretor foram consideradas, dentro do governo, como "inoportunas e despropositadas". Segundo um assessor presidencial, o diretor deveria ter evitado o comentário, que não está "alinhado" com a posição de Dilma, que defende a autonomia operacional do BC, sem aprovação de lei.

A proposta de Marina de garantir a independência do BC por meio de lei foi usada pela campanha de Dilma para atacar a candidata do PSB.

Em sua propaganda na TV, a petista acusa a adversária de querer entregar aos banqueiros o controle da política econômica do país e diz que a medida vai tirar empregos e comida dos trabalhadores.

O programa de governo de Marina defende a aprovação de lei que dê independência ao BC, com fixação de mandatos para seus dirigentes e normas para a nomeação e destituição de sua diretoria.

A defesa da autonomia legal feita ontem pelo diretor não é uma posição isolada. Reservadamente, também é defendida por boa parte da equipe do BC, que ficou incomodada com o uso do tema como munição eleitoral.

A avaliação interna do BC é que as propagandas do PT contribuem para tirar credibilidade da política de combate à inflação, passando uma imagem de que, no governo Dilma, o órgão seria subordinado politicamente ao Palácio do Planalto.

'EXPANSIONISTA'

Nesta segunda, Hamilton tratou de outro tema polêmico na eleição: a política fiscal do governo, classificada por ele de "expansionista". Ou seja, gastos em alta, que pressionam a inflação.

"Há algum tempo, a gente vem trabalhando com uma política fiscal que se deslocava para a neutralidade. Mas as evidências apontam que nossa hipótese não vai se confirmar para 2014, e que vai ser expansionista", disse.

Segundo ele, a política contribuiu para a inflação mais elevada neste ano, que deve fechar em 6,3%, perto do teto da meta, que é 6,5%.


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