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Entrevista - Geraldo Alckmin

Não há risco de racionamento de água em 2015

CANDIDATO À REELEIÇÃO EM SÃO PAULO NEGA TER FALTADO TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO AO INFORMAR A POPULAÇÃO SOBRE GRAVIDADE DA CRISE DA ÁGUA

Sob a sombra de uma das maiores crises de abastecimento de São Paulo, o governador e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), garante que não haverá racionamento de água em 2015, mesmo que volte a chover menos do que a média histórica.

Em entrevista à Folha, o tucano afirmou que a gestão estadual tem condições de enfrentar um novo período de seca sem a necessidade de limitar o consumo de água.

Na liderança da disputa estadual, com 51%, Alckmin criticou ataque de seu adversário Paulo Skaf (PMDB) de que governa sem "tesão": "Acho de um mau gosto danado".

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Folha - A campanha à reeleição do senhor pretendia divulgar um programa de governo, mas nada foi publicado até agora. Houve desistência?
Geraldo Alckmin - Será ainda divulgado. Nós apresentamos o programa mínimo à Justiça Eleitoral e [o programa final] está praticamente elaborado, na fase final de redação, para que possamos colocar na internet.

Em 2010, o sr. prometeu entregar 30 km de trilhos e asfaltar 5.000 km de estradas vicinais. Nada foi cumprido. Houve exagero nas promessas?
Primeiro, as estradas vicinais são 4.300 km. Como tivemos 900 km que são responsabilidade das concessionárias, ultrapassamos os 5.000 km. Não entregamos os 30 km (de trilhos), mas temos em obras 103 km. Acho que não tem na América Latina nenhuma região metropolitana com 103 km em obras de metrô e monotrilho.

Para a próxima gestão, a expectativa é entregar quantos quilômetros de trilhos?
A expectativa é entregar estações nas linhas 4, 5, 18, 15, 17, nos trens até Varginha e Guarulhos e no VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Se somá-las, dá cerca de 53 estações, mais de 60 km.

Faltou transparência ao governo estadual ao informar a população sobre a gravidade da crise da falta de água?
Colocamos tudo na internet. Qualquer cidadão se informa sobre o nível de todas as represas: quanto cai, quanto sobe ou se estabilizou. Nós começamos a dar o bônus em plena chuva, começou no verão, em fevereiro.

Em 2009, relatório alertou a gestão estadual sobre a fragilidade do Sistema Cantareira. Houve descaso do governo de só tomar medidas por causa do agravamento da crise?
Não, a PPP (Parceria Público-Privada) do Sistema São Lourenço começou há três anos e não foi só por causa da seca: projeto, outorga, autorização, licença, financiamento, licitação e contrato. E está tudo em obras.

Se não chover como o governo espera, o eleitor paulista corre o risco de enfrentar racionamento de água em 2015?
Não. Nós não precisamos ter chuva abundante. Pode até chover menos do que a média que ultrapassaremos o novo período seco. Por quê? Porque temos as demais represas cheias, temos sistemas de substituição crescentes e há mais reserva técnica.

O sr. ficou ofendido quando foi acusado pelo candidato Paulo Skaf (PMDB) de não governar com "tesão"?
Acho de um mau gosto danado, mas não me senti ofendido. Se há algo que faço com dedicação é trabalhar. Não sei a hora que ele acorda, mas eu acordo às 6h e durmo à 0h. O sistema presidencialista é de canelada. E quem está na frente leva mais canelada.

Na campanha, o sr. criticou ex-aliados como Paulo Maluf (PP) e Gilberto Kassab (PSD). Não é contraditório atacá-los se o sr. buscou o apoio deles para as eleições deste ano?
Não há ofensa em dizer quem são as companhias. Campanha eleitoral existe para esclarecer.

Se for reeleito, o sr. buscará PP e PSD para governar?
Não procurarei ninguém, mas espero ter maioria na Assembleia Legislativa.

O sr. critica o excesso de partidos, mas foi o candidato em São Paulo que teve o apoio do maior número de nanicos. Por que, então, aliou-se a eles?
Mesmo com esses partidos menores, não tenho o maior tempo de televisão. A presidente Dilma Rousseff é governante e tem mais de dez minutos de televisão. Se você não tem os maiores, precisa dos menores para ter o mínimo de tempo de televisão.

O PSDB está há quase 20 anos no comando de São Paulo. Não é tempo demais?
O mandato é de quatro anos e é o povo aquele que diz quem fica e quem sai.

Se o PSDB não for ao segundo turno, o sr. apoiará Marina Silva (PSB)?
Estaremos no segundo turno com Aécio Neves.

O sr. deve sair desta eleição como o nome mais forte do PSDB para a Presidência em 2018. Pretende concorrer?
Sou candidatíssimo a presidente do Santos Futebol Clube [risos]. Sou candidato a ser um bom governador.


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