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Eleições 2014

Procurador barra ação da polícia contra petista

Rodrigo Janot conseguiu no STF adiamento de operação para depois da eleição

PF investiga suspeita de desvio de recursos de programa de apoio à agricultura familiar no Rio Grande do Sul

RUBENS VALENTE DE BRASÍLIA

Na reta final das eleições, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conseguiu no STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão de uma operação da Polícia Federal que atingiria um deputado federal do PT candidato à reeleição e um programa do governo federal na área rural, o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

A operação no Rio Grande do Sul havia sido autorizada pelo ministro Teori Zavascki a pedido da própria Procuradoria e ocorreria, na terça-feira (30), nos municípios de Santa Cruz do Sul e Sinimbu.

A delegacia da PF local mobilizou um grupo de 60 agentes e delegados federais para cumprir nove mandados de busca e apreensão nas duas cidades e na zona rural.

Na noite de segunda-feira (29), porém, horas antes do início da operação, Teori ordenou o seu adiamento.

Em sua decisão, o ministro autoriza a retomada do caso a partir do dia 7, após o primeiro turno das eleições.

Na petição acolhida por Teori, Janot alegou que desejava enviar um procurador da República para cada um dos locais de busca e apreensão, mas não tinha tido tempo de tomar essa providência.

A decisão surpreendeu os investigadores do caso, pois a primeira decisão fora tomada no dia 22. O pedido de paralisação havia sido protocolado no dia 29.

O inquérito foi aberto pela PF de Santa Cruz do Sul no ano de 2012, depois que um agricultor informou que teve seus dados pessoais inscritos no Pronaf sem autorizar.

As investigações indicaram que pelo menos 6.000 pequenos agricultores beneficiados pelo Pronaf foram vítimas de um esquema de desvio de recursos públicos.

Parte do dinheiro liberado pelo Pronaf parava nos cofres de uma associação de pequenos produtores rurais, também ligada a um vereador filiado ao PT. A PF investiga a hipótese de que parte desse dinheiro era destinada a campanhas eleitorais.

A sangria de recursos desestabilizou pequenos produtores rurais, gerando altos índices de inadimplência nas agências bancárias da região. A PF recebeu informações de que problemas semelhantes vêm sendo registrados na região de Marabá (PA) e outros municípios gaúchos.

No decorrer do inquérito, que incluiu monitoramento telefônico com ordem judicial, alguns dos investigados citaram o nome do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS). Por isso, em janeiro passado o inquérito seguiu para o STF, a quem compete processar e julgar autoridades com foro especial.

Informado sobre a suspensão da operação, o presidente da ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal), Marcos Leôncio Ribeiro, disse que as notícias são "preocupantes" e causam "estranheza".

Procurada pela Folha, a Procuradoria informou, por meio de sua assessoria, que não iria se manifestar.

A assessoria do deputado Bohn Gass disse que ele não foi informado sobre o assunto, "não sabe do que se trata". A assessoria disse que o deputado "não deve, não teme e aguarda informações para se manifestar".

Por intermédio da assessoria do STF, Teori disse que não se manifestaria porque o inquérito corre sob sigilo.


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