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Cidade que mais votou em Marina transfere seu apoio para tucano

Em Sirinhaém (PE), voto em Aécio é estimulado por adoração a Eduardo Campos e insatisfação com o PT devido a demissões em Abreu e Lima

DANIEL CARVALHO ENVIADO ESPECIAL A SIRINHAÉM (PE)

A cidade do país que mais votou em Marina Silva (PSB) no primeiro turno ainda não se desfez da propaganda da candidata, mas já defende um novo presidenciável, o tucano Aécio Neves (PSDB).

Sirinhaém (PE) deu 74% dos votos a Marina no domingo (5). Agora, na esteira do apoio do PSB ao tucano e de um forte sentimento anti-PT, deverá transferir em peso esse apoio a Aécio, a julgar pelos moradores ouvidos pela reportagem nesta sexta (10).

Um carro de som da campanha vitoriosa de Paulo Câmara (PSB) chamava ontem para o ato que Aécio fará na cidade hoje (11), com o governador eleito e João Campos, "filho do nosso eterno governador", dizia a mensagem, em referência a Eduardo Campos, morto em agosto.

A adoração ao ex-governador, cujo grupo político fechou com Aécio, ajuda a explicar a "maré tucana", mas a economia parece ser o motor principal. Uma onda de demissões na vizinha refinaria Abreu e Lima impulsiona a rejeição ao PT na cidade.

"Fui demitido em abril e estou sem emprego até agora. Dilma deu as costas para Pernambuco", disse o carpinteiro José Enilson dos Santos, 42, que declarou voto em Marina no primeiro turno e agora diz ter optado por Aécio.

De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), 2.912 contratos foram encerrados no município em 2013, quase 40% do pessoal ocupado em 2012, último dado do IBGE.

As obras, segundo a prefeitura, ocupam 30% da população de Sirinhaém --os outros 70% trabalham em usinas de cana de açúcar, no comércio e no serviço público.

"Metade dos empregados da obra foi afastada de um ano para cá. Aumentou o endividamento da população e, consequentemente, cresceram a criminalidade, o consumo de drogas e o calote no comércio", diz o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Alfredo Ferraz.

Com as obras de Abreu e Lima no centro do escândalo de corrupção da Petrobras, o debate na cidade tem ficado ainda mais crítico ao PT.

Para a dona de restaurante Cibele Silva, 35, a situação na cidade seria outra "se tivessem tivessem roubado menos na Petrobras". Ela diz que vendia até 300 refeições por dia --ontem somava 12.

Em 2010, Dilma teve quase 70% dos votos na cidade (em 2014 teve 22%, e Aécio, 3%).


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