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Maior empresa de Guaribas tem dois funcionários
DO ENVIADO A GUARIBAS (PI)O microempresário Edcarlos Bastos, 37, trabalhava havia oito anos em uma fábrica em Osasco, município da região metropolitana de São Paulo, quando, em 2005, foi convencido pela família a investir na cidade natal.
"Começou a circular o dinheiro, e a gente se animou e voltou", afirma Bastos, que investiu o dinheiro poupado no sul para montar um pequeno mercado na cidade. Ali, vende alimentos e utensílios para o campo.
Mesmo sendo o maior negócio da cidade, segundo a prefeitura, o dono do mercado Ferreira emprega apenas dois rapazes, além de contar com a ajuda da mulher.
Com uma clientela de baixa renda, a solução é vender fiado --o ex-operário afirma que 80% das suas vendas são feitas a prazo. A conta é saldada quando chega o dinheiro do Bolsa Família. "Poucos deixam de pagar", diz.
Com o setor privado limitado a pequenos comércios, o principal empregador é a prefeitura, com cerca de 380 vagas. À maioria da força de trabalho, formada por pequenos agricultores sem ocupação formal, restam bicos ocasionais (R$ 30 por dia) e contar com o Bolsa Família.
Na agricultura, principal atividade econômica do município, um dos grandes problemas é a falta de mecanização. "Guaribas só tem um trator. A maioria prepara a terra no braço", afirma o secretário da Agricultura, Nazion José de Souza, 56.
Mas a principal dificuldade apontada pelos moradores é a ausência de asfalto.
Prometida em 2003, a BR-235, que faria a ligação com Caracol (PI), a 54 quilômetros dali, e a divisa com a Bahia, não tem previsão de conclusão. A obra começou neste ano, mas está em ritmo lento devido à seca, diz o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
"Pra tirar Guaribas do buraco, tem de ter estrada. Ajudar, o Bolsa Família ajudou bastante. Mas chegou num teto", afirmou Souza.