BILHETERIA
Depois
que a entidade surgiu, em 1987, média de presença de torcedores
pagantes nos estádios em partidas do Campeonato Brasileiro
caiu 16%
Público
cai com Clube dos 13
DA REPORTAGEM
LOCAL
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A partir de 1987,
quando o Clube dos 13 assumiu parte da responsabilidade pela organização
do Campeonato Brasileiro, o público médio nas partidas da competição caiu
16%.
Até 1986, mesmo com as fórmulas malucas que o principal torneio do país
teve, cada jogo do Campeonato Nacional reuniu, em média, 15.134 espectadores.
Já após o início da interferência do Clube dos 13, em que a transmissão
de partidas pela televisão explodiu, a audiência média do Brasileiro caiu
para 12.754 pessoas por encontro disputado.
Desde que a entidade surgiu, o Nacional nunca teve uma edição com uma
média superior a 20 mil pagantes por partida _em 1987, a Copa União, que
reuniu os fundadores do Clube dos 13 e mais três convidados, superou essa
marca, mas a competição era, na verdade, apenas a metade do Brasileiro.
Antes da criação do Clube dos 13, três edições da competição ultrapassaram
a marca dos 20 mil pagantes por encontro.
Até hoje, o recorde de público do Brasileiro pertence à edição de 1983,
quando quase 23 mil pagantes assistiram, em média, a cada partida da competição,
que teve o Flamengo como campeão.
Além da fuga do público no Brasileiro, o Clube dos 13 também não conseguiu
aumentar, de forma considerável, as receitas obtidas com bilheteria nos
estádios.
Em 1987, o preço médio de um ingresso para um jogo do Brasileiro era equivalente
a US$ 1,8.
No ano passado, o preço médio de um bilhete para os jogos do Campeonato
Nacional ficou em pouco mais de US$ 4.
Descontando a desvalorização da moeda norte-americana, o aumento no preço
dos ingressos para as partidas do Brasileiro ficou em cerca de 50%.
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Nos principais campeonatos europeus, no mesmo período, o valor médio dos
ingressos subiu até uma dezena de vezes, chegando, em alguns casos, a
valer mais de US$ 100 para uma partida importante de um equipe “grande”
do continente.
No Brasil, mesmo com essa pechincha, o torcedor parece que quer pagar
ainda menos por um ingresso de um jogo do Campeonato Nacional.
No ano passado, os clubes que tiveram as melhores médias de público foram
os que apostaram em ingressos baratos _como o Atlético-MG, que cobrou
R$ 1 por uma arquibancada em boa parte da primeira fase da competição.
Com ingressos baratos, os clubes brasileiros cada vez ficam mais reféns
das receitas da televisão, contrariando o que acontece em boa parte dos
países europeus.
Na Inglaterra, o Manchester United, clube mais rico de todo o mundo, tem
como maior fonte de receita a bilheteria obtida em suas partidas _cerca
de 45% de seu faturamento tem origem nos ingressos comprados pelos seus
torcedores. (PC)
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