Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Corinthians tem de pagar R$ 3,1 mi se jogador esconder logo da Caixa

FOLHA TRANSPARÊNCIA
Contrato prevê rescisão caso atletas deem declarações negativas sobre banco

FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA

Se um jogador do Corinthians fizer um gol e resolver cobrir o rosto com a camisa durante a comemoração, o cartão amarelo será a menor das preocupações do clube.

O clube poderá ser alvo de uma multa de R$ 3,1 milhões, caso a Caixa Econômica, principal patrocinadora do time, entenda que o ato impediu a exposição de sua marca. E mais: é uma obrigação do Corinthians "garantir" que isso não aconteça.

Esta é uma das regras previstas no contrato de R$ 31 milhões que o banco público firmou com o Corinthians em novembro de 2012 e ao qual a Folha teve acesso após a Caixa tentar por duas vezes manter o documento em segredo.

A documentação, que pode ser acessada em folha.com/no1253020, foi liberada parcialmente por determinação da CGU (Controladoria-Geral da República), que regulamenta a aplicação da Lei de Acesso à Informação no governo federal.

O contrato determina que a multa da Caixa também vale para os casos de comemorações de título e vitórias -derrotas e empates não são citados no texto.

A Caixa exige também que os jogadores e funcionários do clube "zelem" pela marca e não façam declarações de "caráter negativo ou pejorativo" sobre o banco. A punição, nesse caso, é pior: rescisão e pagamento de 100% do contrato de R$ 31 milhões.

A parceria entre o clube e o banco público vale até dezembro deste ano, podendo ser renovada até 2014. Segundo os documentos, a proposta inicial era de R$ 32 milhões.

Por decisão da CGU, parte das contrapartidas do Corinthians não foi disponibilizada, para preservar estratégias comerciais. Mesmo assim, é possível saber que o clube deve dar 300 camisas por mês à Caixa (3.600/ano) -foram solicitadas 574 até fevereiro.

A Caixa também tem garantida uma cota de ingressos de graça para as partidas em que o Corinthians atuar como mandante. Fica a critério do banco decidir para quem distribuirá os ingressos, entre "clientes, empregados e fornecedores".

O contrato também prevê que o Corinthians ceda um jogador para fazer propaganda para o banco público.

O atleta deverá estar disponível para produzir a peça publicitária em dois dias, por quatros horas cada um, ou um dia, por oito horas.

O acordo entre a Caixa e o Corinthians está atualmente suspenso por decisão temporária da Justiça do Rio Grande do Sul, que discute se um banco público pode patrocinar um clube como se fosse instituição privada.

"A Caixa poderá se aproximar do time que tem sua base no Estado mais rico da federação, onde o poder aquisitivo e potencial de consumo é mais elevado", diz o parecer técnico da contratação.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página