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Ivo Herzog pede apoio de clubes para afastar Marin

CBF
Filho de jornalista morto em 1975 entrega petição pela saída do cartola

DO RIO

Filho do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar em 1975, Ivo Herzog espera contar com dois novos apoios na sua luta para destituir José Maria Marin do comando da CBF e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014.

Um é bem plausível: o da Comissão Nacional da Verdade. O outro depende de articulações nos bastidores: o de clubes da Série A e federações estaduais, que formam o colégio eleitoral da entidade.

Ontem, ele protocolou na sede da CBF, no Rio, a entrega de uma petição pública com quase 55 mil assinaturas pedindo a saída do cartola.

O documento defende que evidências ligando Marin à ditadura militar o impossibilitam de comandar o futebol brasileiro e a Copa-2014.

Herzog estava acompanhado dos deputados federais Romário (PSB-RJ) e Jandira Feghali (PC do B-RJ), respectivamente presidentes das comissões de Turismo e Desporto e de Cultura na Câmara.

"Estamos entregando para a CBF, para as 27 federações estaduais e para os 20 clubes que disputam a Série A cópias da petição e dos discursos que o Marin fez à época, um contra meu pai e outro em que ele faz elogios ao Sérgio Fleury", disse Herzog.

Ele se refere ao delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), acusado de vários casos de tortura, inclusive no que provocou a morte do seu pai.

Dezesseis dias antes de morrer, Vladimir Herzog fora criticado por Marin em um discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo -o presidente da CBF era, na época, deputado pela Arena.

A tarefa de sensibilizar dirigentes de futebol pode ganhar força diante dos constrangimentos causados pelo isolamento político cada vez maior de Marin.

A Fifa, por exemplo, cada vez mais recorre diretamente ao governo federal para tratar de assuntos sobre a Copa.

Na Comissão Nacional da Verdade, a petição de Herzog já foi até discutida informalmente. Coordenador do grupo e ex-secretário de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro já disse que cogita debater o tema com o colegiado, o que aumentaria a pressão sobre Marin.

"Seria muito importante um posicionamento da Comissão Nacional da Verdade sobre as atividades de Marin na época da ditadura. O currículo dele mancha a CBF", afirmou a deputada Jandira.

"O mais importante é apurar a participação direta ou indireta do presidente da CBF nessa época tão obscura da nossa história. É bom que o Brasil saiba quem está no comando da maior entidade do futebol do país", declarou Romário, que desde o ano passado tenta emplacar no Congresso uma CPI para investigar a confederação.

Eles criticaram o fato de nenhum dirigente ter aparecido para receber a petição. Para Herzog, "teria sido um gesto de cavalheirismo".

A CBF informou que não irá se pronunciar.


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