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Danilo, o 'anti-Corinthians', embala em 2013 após 3º gol
PAULISTA Ante o São Bernardo meia pode fazer seu 170º jogo pelo clube
Andres Sanchez presidia o Corinthians em dezembro de 2009 e queria Danilo de qualquer maneira. Primeiro, porque venceria disputa pelo jogador com o desafeto Juvenal Juvêncio, do São Paulo.
Depois, porque Mano Menezes, o treinador à época, havia pedido a ele a contratação de um meia "clássico".
A proposta corintiana foi feita, Danilo gostou e pediu a seu empresário, Gilmar Rinaldi, que fechasse o acordo -o atleta estava havia quase três anos no Japão.
"Um pouco antes de fechar, conversei com ele. Fui sincero e disse: 'Danilo, você é o anti-Corinthians, não dá carrinho. Está ciente disso?'. Daquele jeito calmo dele, respondeu: 'Deixa comigo que eu resolvo'", contou Rinaldi.
Em janeiro de 2010, o seu segundo jogo com a camisa corintiana foi um clássico contra o Palmeiras. Havia um tabu: quase quatro anos sem vitória sobre o rival.
Logo aos sete minutos o lateral esquerdo Roberto Carlos foi expulso. Mano deslocou Danilo para a posição e ele não só deu carrinho, como se jogou no gramado. O Corinthians venceu por 1 a 0, e o meia ganhou a torcida.
"Sempre mostrei vontade. Muitas vezes o estilo de jogo, sem correria, passa má impressão", disse o jogador.
O mineiro Danilo Gabriel de Andrade, 33, é tímido, o que explica o fato de muitas vezes ser esquecido quando alguns colegas de Corinthians são exaltados.
Embora tenha sido apontado como "anti", o meia já conseguiu mostrar porque é um dos "caras" de Tite.
Hoje, contra o São Bernardo, no Pacaembu, às 16h, deve começar no banco, mas Tite não esconde a importância do jogador no grupo: "Eu preciso de alguém de peso ali, caso seja necessário".
Até domingo passado, ele tinha feito só um gol em 2013. No clássico contra o São Paulo, foi o autor do gol que impulsionou a virada sobre o rival e marcou também ante o Millonarios, tento que assegurou a classificação para as oitavas da Libertadores.
Rinaldi, que trabalha com Danilo desde quando ele tinha 19 anos, lembra que o jeito distraído, "quase em outro mundo", faz com que seja indiferente até às vaias.
O empresário lembrou de quando Danilo estava no São Paulo e foi vaiado quase os 90 minutos em um jogo.
"Um companheiro foi consolá-lo. Disse que as vaias eram normais. O Danilo se assustou e perguntou: 'Eu fui vaiado?'", conta Rinaldi.