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Festa no Chiqueiro

Classificação antecipada do time na Libertadores reaviva o orgulho do torcedor palmeirense

FABIO LEITE DE SÃO PAULO

Um arremate horroroso de Wesley encontra Charles livre dentro da área. O volante domina a bola e, sem ver, chuta rasteiro na direção do goleiro. Em 2012, ela não teria entrado.

Num rápido ataque do adversário pela esquerda a bola cruzada área desvia nas pernas do zagueiro Maurício Ramos em direção ao gol. Em 2012, ela teria entrado.

O fato de a bola ter furado' as pernas do arqueiro e balançado a rede no primeiro lance e passado sobre a trave no segundo foi mais que um detalhe da vitória por 1 a 0 do Palmeiras sobre o Libertad, quinta, pela Libertadores.

O roteiro da partida que assegurou a classificação antecipada do time no torneio reavivou o orgulho palmeirense que se encontrava retraído desde o título da Copa do Brasil em julho passado.

Também despertou na torcida alviverde a crença de que, enfim, a sorte deixou de jogar contra como na campanha do rebaixamento para a Série B do Brasileiro.

Mesmo com um time limitado, repleto de desfalques, o Palmeiras conseguiu um feito que outros clubes brasileiros mais badalados --Fluminense, Grêmio e São Paulo-- ainda não conseguiram.

Para jogadores, diretoria e comissão técnica, parte do sucesso em campo está relacionado ao apoio da torcida, que, pela primeira vez no ano, lotou o Pacaembu.

"Reconquistamos a nossa torcida. Ela voltou para o estádio e está jogando junto com o time", disse Maurício Ramos, um dos alvos do protesto de torcedores organizados que resultou em agressão há um mês na Argentina.

Os 33.912 pagantes que fizeram a "festa no chiqueiro", como canta a torcida palmeirense, superam os maiores públicos de Corinthians (32.403) e São Paulo (31.272) nesta fase da competição.

Já a renda, de R$ 1,32 milhão, é superior a de oito partidas do Estadual somadas.

Além de ajudar no caixa do clube, que atravessa uma grave crise financeira, a maciça presença no estádio é uma das peças da engrenagem do projeto de marketing do clube, que pretende triplicar o número de sócios-torcedores ainda este ano.

"Além da classificação, a vitória de ontem [quinta] tem um papel importante dentro do nosso planejamento de reconstrução da marca. O desempenho dentro de campo, com a demonstração de valores como raça, determinação e entrega, fez com que o torcedor fortalecesse o orgulho pelo seu time", disse o diretor de marketing alviverde, Paulo Gregoraci.

PACTO

Raça e entrega, aliás, foram duas palavras-chaves do "pacto" feito entre os jogadores e o técnico Gilson Kleina após a vexatória goleada por 6 a 2 sofrida para o Mirassol no dia 27 de março.

Desde então, o time conquistou quatro vitórias seguidas, fato que não ocorria desde março de 2012, derrubou dois invictos --Ponte Preta e Libertad-- e, mais do que sobrevida, deu moral ao treinador que estava ameaçado.

"Acho que manter o Kleina foi superacertado. É o cara certo e está fazendo um trabalho digno diante da dificuldade de montar o elenco no meio do caminho", disse o diretor-executivo José Carlos Brunoro, que deixou o Pacaembu emocionado e tietado, assim como o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre.

A sinergia da torcida com os jogadores tocou até ídolos do clube como Ademir da Guia. "É muito bonito quando a torcida apoia dessa forma. Sempre ajuda muito", disse o craque alviverde das décadas de 1960 e 1970.

Ao menos na quinta, Fernando Prass, Ayrton, Maurício Ramos, Henrique, Marcelo Oliveira, Márcio Araújo, Charles, Souza (Tiago Real), Juninho, Wesley, Vinícius (Caio) deram aos palmeirenses o orgulho daquele time chamado de "Academia".


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