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Bombonera revê final com troca de papéis

LIBERTADORES
Dez meses depois, Corinthians mais forte encara o Boca em crise, e favoritismo preocupa Tite

LUCAS REIS DE SÃO PAULO

Se o Corinthians temia a Bombonera, a Bombonera agora teme o Corinthians.

O mítico estádio argentino começa hoje a reeditar a decisão da Libertadores do ano passado, desta vez pelas oitavas de final, e sem a torcida brasileira que invadiu Buenos Aires em 2012, vetada por punição da Conmebol.

E se em 2012 o Corinthians era um novato que desafiava o poderoso Boca Juniors, agora o bicho-papão argentino é quase azarão frente ao atual campeão. E tão favorito que fez Tite esbravejar por um pouco mais de humildade.

Apenas dez meses passaram-se desde o épico gol de empate de Romarinho, mas suficientes para aumentar o abismo no cenário atual que separa o campeão mundial do maior clube argentino.

Dois Bocas desafiam a soberania corintiana. Um, o de Riquelme, carrega o peso de seis títulos, apega-se à força da camisa e ao poder de superação. O outro é um Boca que não vence há dez partidas, ocupa a 18ª posição no Campeonato Argentino e que jamais chegou tão fragilizado a esta fase da competição.

Com três derrotas na primeira fase da Libertadores, duas em casa, este é o pior Boca que apresenta-se a um mata-mata contra brasileiros.

Do outro lado, um Corinthians que vem repetindo o bom desempenho que teve na Libertadores passada, cujo ataque funciona mais, a ponto de deixar Pato no banco, e que vem empolgado pela goleada sobre a Ponte Preta.

Desta vez não há a tensão pelo título inédito, pela estreia em uma decisão e nem o calafrio de debutar na Bombonera. Mas a fase atual de ambos põe um peso a mais nas costas do Corinthians.

Tite apega-se ao velho Boca para não deixar seu time ser acometido pelo que chamou de "tapete da soberba".

O desabafo do técnico ocorreu ainda no gramado do Moisés Lucarelli, domingo, em Campinas, após bater a Ponte Preta pelo Paulista.

Disse que alertou ao grupo sobre o tom de favoritismo que a imprensa daria ao clube, e deu bronca pela pressão inicial imposta pela Ponte.

E passou a receita para parar o Boca de novo. "Tem que estar mentalmente forte. Se errou, continua, não dá tempo para lastimar nada. Se tomar gol, tem que reagir. Se fizer gol, vai ter que manter a naturalidade", afirmou.

Pelos discursos dos corintianos, a bronca funcionou.

"Nós ganhamos seis Libertadores, e eles, só uma. Amanhã [hoje] o favorito é o Boca", afirmou Riquelme, que diz não estar com 100% de sua forma física para o jogo.

"Concordo. Eles têm mais história na Libertadores que a gente", disse Fábio Santos.

Fora de campo, a diferença entre os dois clubes também é gritante. No biênio 2011/2012, o Boca teve um déficit de R$ 14,1 milhões --no exercício anterior, o prejuízo foi de R$ 9 milhões. Já o superávit corintiano passou de R$ 5,3 milhões para R$ 7,5 milhões de 2011 para 2012.

Em 1º de maio de 2003, o Corinthians jogava em Buenos Aires também por vaga nas quartas, mas contra o River Plate. O discurso do técnico Geninho era similar: inteligência emocional. Em vão: o Corinthians perdeu a cabeça, a partida e vaga.

"Não somos favoritos", disse Guerrero. "Eles têm tradição e respeito, será difícil."


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