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Além de bombas, área de futuro autódromo tem risco tóxico

2016
Terreno na zona oeste receberá instalações para os Jogos Olímpicos

FÁBIO SEIXAS DO RIO

O problema da presença de explosivos no terreno destinado a receber o autódromo de Deodoro, na zona oeste do Rio, pode ir além do risco de detonação acidental. Pode ser caso de saúde pública.

Documento do Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente), do último dia 15, do Ministério Público do Rio alerta para o risco de resíduos dos artefatos terem contaminado solo e lençol freático da região, que receberá instalações para os Jogos Olímpicos de 2016.

Antes de ser cedida ao Ministério do Esporte, no fim de 2012, a área era utilizada para instrução militar.

Está infestada por explosivos como morteiros e granadas, muitos não detonados.

Ontem o governo do Rio informou que se não houver garantia da retirada de todos os explosivos o autódromo não será construído lá, mas não falou sobre contaminação.

Segundo quatro promotores do Gaema, a exposição a substâncias como nitroaromáticos e nitraminas pode ser nociva, inclusive à saúde dos militares que estão atuando na remoção das bombas.

"Resíduos de explosivos são [...] persistentes e tóxicos, mesmo a baixas concentrações", escrevem os promotores, que pedem "avaliações e relatórios ambientais prévios" no terreno.

Os compostos são usados em explosivos para liberar nitrogênio de forma rápida.

"Há nitroderivados que podem ser cancerígenos. Mas depende da substância e da concentração", diz Miguel Joaquim Dabdoub Paz, doutor em Química e professor da USP em Ribeirão Preto.

Para Marcio Barreto Rodrigues, doutor em biotecnologia industrial e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, remoção de terra e terraplanagem podem agravar o problema.

O problema deve agravar a situação do autódromo.

Procurado pela Folha, o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Cleyton Pinteiro, disse ter ficado surpreso: "Só faltava essa". Ele afirmou que pedirá uma reunião em breve com o Comando Militar do Leste.

O secretário da Casa Civil do Rio, Regis Fichtner, disse que já informou aos ministérios do Esporte e da Defesa que a licitação só será realizada "se tivermos garantias de que o terreno está completamente livre de risco".

Ontem, em nota, o Comando Militar do Leste reafirmou que o trabalho de retirada de explosivos será concluído até o segundo semestre.

A Rio-2016 disse não ter evidências de que a área dos Jogos possa ter sido afetada. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) não respondeu. A licitação está prevista para junho. Os custos são federais. Por ora, a previsão de entrega está mantida para o segundo semestre de 2014.


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