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O céu de Dante

Ex-peregrino da bola, zagueiro brilha na temporada de estreia pelo Bayern e deve ser único titular brasileiro na final da Copa dos Campeões

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Um ano atrás, Dante vivia o melhor momento até então de sua carreira. Havia acabado de classificar o Borussia Mönchengladbach para a Copa dos Campeões, começava a ser conhecido por brasileiros que acompanham de perto o futebol europeu e era cotado pela imprensa para um dia defender a seleção alemã.

Já parecia muito para um jogador de 28 anos, que havia passado os últimos oito transitando por equipes de pouca relevância na Europa.

Não para Dante. Desde então, sua vida se transformou.

O baiano de Salvador lidera a defesa do Bayern de Munique, a melhor do velho continente na temporada, chegou à seleção brasileira, foi convocado para disputar a Copa das Confederações.

E amanhã deve ser o único brasileiro escalado como titular na final da Copa dos Campeões, contra o Borussia Dortmund, em Wembley --Luiz Gustavo e Rafinha, seus companheiros de time, são reservas, e Felipe Santana, do rival, só joga se Hummels não tiver condições físicas.

"Eu queria chegar mais longe. Por isso que quando apareceu a oportunidade de ir para o Bayern, não pensei duas vezes. Eu poderia ficar mais tempo no Borussia, me ofereceram um contrato até o fim da carreira, mas queria ter a chance de jogar em um time que está entre os maiores do mundo", disse o defensor, em entrevista à Folha.

Contratado por € 4,7 milhões (R$ 12,4 milhões), uma ninharia perto do custo dos seus companheiros de clube, Dante se tornou titular e ídolo instantâneo em Munique.

O cabelo black power, todo carismático, ajudou. Mas o futebol foi determinante.

Com o brasileiro, a retaguarda do Bayern, cheia de buracos até a temporada passada, tornou-se uma muralha. O campeão alemão sofreu apenas 18 gols em 34 rodadas, o melhor desempenho defensivo de um time em toda a história da Bundesliga.

Beirando os 30 anos, o zagueiro não consegue encontrar nenhum motivo para lamentar. Até o longo caminho que precisou percorrer e a demora para se firmar como um jogador de nível de seleção brasileira são vistos por ele como pontos positivos.

"Posso te dizer que não foi fácil e estou colhendo o fruto agora. Pelo menos estou mais maduro e posso aproveitar a oportunidade melhor. Se fosse tão jovem, talvez não teria dado certo, como acontece com tantos jogadores."

Dante saiu do Brasil em 2004, quando defendia o Juventude. Pouco jogou no Lille, da França, e teve de construir carreira no futebol na Bélgica. Defendeu Charleloi e Standard Liège até ser contratado pelo Borussia Mönchengladbach e desembarcar na Alemanha, em 2009.

Mas se engana quem pensa que Dante já está satisfeito. Falta pouco, é verdade. Apenas o título da Copa dos Campeões e a vitória na final da Copa da Alemanha, dia 1º de junho, ante o Stuttgart.

"Ainda não aconteceu isso [de perceber o quão longe fui], pois ainda não consegui meus objetivos todos. Estou num bom caminho e este ano tem sido maravilhoso. Mas mesmo assim, só vou estar realizado no momento em que puder conquistar esses dois títulos que ainda faltam para nós", completou.


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